Pede ajuda ao governador

A servidora municipal, Cleusa Silva Araújo (foto), 51 anos, que trabalha na “Creche Escola São Gaspar Bertoni”, em Livramento de Nossa Senhora-Ba, apela ao governador Jaques Wagner para que a ajude no tratamento de seu filho Paulo César Silva Araújo, 27 anos. Ela afirma que, há quatro anos, numa festa de São João, no bairro Rua do Areão, o rapaz foi espancado por três policiais, recebendo pancadas na cabeça , que o transformaram de jovem até então sadio num doente mental, a perambular e dormir pelas ruas.

Ela conta que Paulo César era um dos melhores mecânicos de motocicleta da cidade e havia comprado um copo de caldo de carne, por 50 centavos, na “kombi de lanches” do Sr. Zequinha, no bairro do Taquari, onde mora, ficando de pagar depois. Na citada festa de São João, ele foi à barraca montado no local pelo Sr. Zequinha e acabou sendo agredido com um soco pelo filho do barraqueiro, que o pediu para se afastar do local, senão chamaria a Polícia, pois tinha amizade com um dos policiais. O jovem não obedeceu e a PM foi chamada.

Segundo Cleusa, os policiais algemaram seu filho, levaram-no preso e o espancaram, sendo liberado apenas no dia seguinte com a cabeça inchada e sem qualquer atendimento médico. E ai começou o seu drama. Disse que já bateu em várias portas, inclusive denunciou o fato à Promotoria Pública da cidade, mas até hoje ninguém lhe proporcionou uma ajuda efetiva, a não ser a coordenadora do centro que assiste pessoas com problemas psíquicos, em Livramento, Fabiana Ribeiro, que encaminhou seu filho a um sanatório em Salvador, mas disse não saber do resultado.

Paulo César, filho de Cleusa, antes e após a agressão que ela disse ter sofrido da Polícia

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Carta de D. Cleusa ao governador: Em 01 de março de 2007. Vossa Exelência governador Jak Vaguina sou Cleusa Silva peço ajuda há Vossa Exalência – assim como eu ajudei A Vossa Excelência com o meu voto.  Eu quero que Vossa Excelência pode fazer algumas coisa pelo Paulo César Silva Araújo que foi espancado pela polícia militar 1º Fernando 2º Adalto, 3º policial de Vitória da Conquista. Eu quero Justicia Denisão do meu filho Paulo César Silva Araújo.  Eu sou uma funcionária municipal de Creche da “São Gaspar Bertoni”. Di Livramento de Nossa Senhora.  Eu ganho quentos cinquentes reais Tenho água, gás luz aluguel e prestações e não para comprar alimento.  Ai eu não poso fazer um tomografia na cabeça dele. Para fazer um tratamento caro na cabeça dele.  Governado qual função de uma auxiliar de ensino – é ensina as crianças – ou limpa a sala para professor no outro dia porque no meu era a parte da limpesa que tinha que lipa a sala.  E também pegar a merenda cozinha porque também acharia quem deveria trazer merenda os funcionário da cozinha que tinha de trazer na sala de aula  Vossa Excelência sou eu gostaria de uma resposta  Tenho 5 filhos só divociada – trabalho na Creche.  Estou fazendo grau do ensino do médio a noite  Hábito Livramento de Nossa Senha  Rua Sebastião Silva Rego nº 209  Bairro Taquari   Cleusa Silva

Para clarear o apelo de D. Cleusa, “O Mandacaru” fez algumas correções e “traduções” na sua carta, ficando assim: Em 01 de março de 2007. Excelentíssimo Governador, Jaques Wagner, Sou Cleusa Silva e peço ajuda a Vossa Excelência, assim como eu ajudei a Vossa Excelência com o meu voto. Eu quero que Vossa Excelência veja se pode fazer alguma coisa pelo (meu filho) Paulo César Silva Araújo, que foi espancado pela Polícia Militar, soldados Fernando; Adalto; e um terceiro, de Vitória da Conquista. Eu quero Justiça e indenização para meu filho Paulo César Silva Araújo. Eu sou uma funcionária municipal da Creche “São Gaspar Bertoni”, de Livramento de Nossa Senhora. Eu ganho quinhentos e cinqüenta reais. Tenho água, gás, luz, aluguel e prestações e não sobra para comprar alimento. Ai, eu não posso fazer uma tomografia na cabeça dele (Paulo César, o filho). Para pagar para fazer um tratamento caro na cabeça dele. Governador, qual a função de uma auxiliar de ensino? É ensinar as crianças ou limpar a sala para o professor usar, no outro dia? Porque eu acho que o pessoal da limpeza é que tinha que limpar a sala. E também sobre pegar a merenda da cozinha. Acho que quem deveria fazer isso eram os funcionários da cozinha, que tinha de trazer (a merenda) na sala de aula. (Cleusa aproveita para se queixar ao governador que faz coisas fora da sua função) Governador, gostaria de uma resposta de Vossa Excelência. Tenho 5 filhos, sou divorciada e trabalho na creche. Estou fazendo o segundo grau do ensino médio à noite. Moro em Livramento de Nossa Senhora, na Rua Sebastião Silva Rego, nº 209, Bairro Taquari. Cleusa Silva