ORIENTAÇÕES TÉCNICAS

(Embrapa)

A Embrapa propõe para os mangicultores de Livramento- BA, as seguintes Orientações Técnicas:

1. Manejo Cultural

a) Eliminação de plantas mortas, ou daquelas em processo de morte, inclusive de suas raízes, destruindo-as com fogo. Tal prática ajuda a diminuir as fontes de inoculo do patógeno no pomar.

b) Retirada de todas as panículas que não deram frutos, colocando-as num saco para posterior queima das mesmas. Tais panículas apresentam tecidos mais suscetível ao patógeno e são reservatórios ou fonte de inoculo do patógeno L. teobromae agente dos problemas fitossanitários investigados.

c) Poda de limpeza de partes vegetais com sintomas de doenças. Esta pode ser durante a poda de indução da floração, devendo-se proteger, imediatamente, todas as áreas de poda ou de cortes deixados na planta, utilizando-se uma formulação de pasta especificada na proporção de 3:1:1 como sendo, 3 partes de um fungicida sistêmico (Benzinidazol), mais 1 parte de um fungicida de contato (a base de Cobre), mais 1 parte de um adesivo, que pode ser tinta látex, mais água na quantidade de formar uma pasta. Em seguida, uma pulverização com um benzimidazol + inseticida + adesivo , após a conclusão das podas, pode reforçar a proteção . Tais ferimentos são pontos de entrada do patógeno em questão, tendo-se assim infecções mais rápidas.

d) Retirada imediata após a poda, de todos os restos da cultura depositados no chão do pomar, inclusive os de podas de formação, ou de tecidos sadios, e queimá-los, uma vez que o L. teobromae tem também a capacidade de colonizar os restos da cultura iniciando com estes ainda verdes e perdurando enquanto secos. Desta forma, por meio do vento, as colônias do patógeno nos restos da cultura são disseminadas para todas as plantas do pomar.

e) Adubação adequada do pomar, no que se refere aos macronutrientes (N, P, K, Ca, Mg), com ênfase em Ca e Mg, e aos micronutrientes, com ênfase em Zn, desde a sua implantação.

f) Irrigação adequada do pomar, evitando a distribuição insuficiente da água e molhação do tronco das plantas.

g) Evitar submeter a planta a estresse hídrico ou nutricional prolongado

h) Desinfestar as ferramentas de poda com uma solução de hipoclorito de sódio (água sanitária) diluída em água corrente na proporção de 1:3

2. Monitoramento

a) vistoriar do pomar, verificando o aparecimento de queima de ponteiros ou de manchas e desidratação de ramos, morte de ponteiros, escapes de panículas não eliminadas nas podas de limpezas e sanidade das áreas podadas das bifurcações e do tronco da planta, para uma orientação da necessidade de podas das de limpeza.

b) Analisar se a planta está estressada, mesmo estando o pomar sendo irrigado, apertando as suas folhas nas mãos e observando se estas estão estalando ou se estão macias. Quando no primeiro caso, deve-se analisar algumas raízes e vê se existem infecções. Quando em caso afirmativo, deve-se eliminar a planta quando as raízes já estão com infecções avançadas ou, quando a infecção estiver no início, deve-se tentar recuperá-la fazendo-se poda das raízes infectadas.

3. Manejo Químico

a) Proteger periodicamente, por meio de pincelamento, os troncos e bifurcações basais das plantas do pomar, podendo esta ser a cada ciclo ou a cada ano. Além de abrir fendas que facilitam à infecções, o córtex do tronco também abriga patógenos, dando-lhes condições de sobrevivência de um ano para o outro. Durante esta prática, a qualquer suspeita da presença de inseto broca, o córtex deve ser retirado como também todo tecido necrosado do tronco ou bifurcações para então aplicar a proteção. A pasta utilizada para a referida proteção pode ser feita da seguinte forma:

3 parte de fungicida sistêmico (Benzimidazol) +

2 parte de inseticida +

1 parte de fungicida a base de cobre +

1 parte de adesivo (Tinta latex) +

Água até a consistência de pasta

b) Pulverizações com thiabendazole (240 ml/100L) ou benomyl (100g/100L) nos períodos críticos da cultura, ou seja, na poda, estresse hídrico, indução floral, floração e frutificação, devem ser realizadas em pomares com o problema já instalado, a freqüência de pulverizações varia conforme a incidência da doença

4. Tratamento pós-colheita

a) A infecção pôr B. teobromae em frutos, conhecida pôr podridão basal, ou infecção em seu pedúnculo, pode ir até a pós-colheita. Neste caso, imersão em suspensão fungicida com thiabendazole, na concentração de 0,1%, tem oferecido proteção por algum tempo

b) Tratamento hiotérmico à temperatura de 58oC por 60 minutos, realizado para frutos para exportação, em prática utilizada para mosca-das-frutas, tem sido satisfatório no combate à podridão basal como também para a antracnose.