Raimundo Marinho
Jornalista
O sistema de abastecimento de água da cidade de Livramento de Nossa Senhora, Bahia, está defasado desde 2005, em pelo menos 30%, baseado no Censo IBGE-2000, segundo estudo feito pela Agência Nacional de Águas, através do Atlas Nordeste-Abastecimento Urbano de Água.
Água não falta, mas o sistema é precário |
O levantamento, no entanto, foi solenemente ignorado pela Embasa (Empresa Baiana de Águas e Saneamento), operadora do sistema, e pelos gestores municipais. A prefeitura é o órgão concedente e responsável pelo monitoramento do atendimento à população.
Já naquela época, era exigida a ampliação da captação, duplicando-se a adutora, e da estação de tratamento, com custo estimado de R$722.355,00. O estudo foi atualizado em 2010, confirmando as necessidades, ao custo atual de R$2 milhões.
O novo estudo constatou que “o manancial existente atende a demanda, porém o sistema produtor requer adequações”, como a implantação de nova captação e ampliação da estação de tratamento. A Embasa informa que houve uma ampliação, este ano, e que está apta a atender à demanda.
Informa que há cerca de sete mil ligações, mas não incluem áreas incorporadas à zona urbana, a maioria no entorno da cidade, como Rua do Areão, Rua do Fogo, Recreio, Patos, Barrinha, Matinha, Barriguda e muitas outras. Sem falar que bairros como Estocada e Taquari dobraram de tamanho.
A concessionária é acusada de vender o serviço, obter a vantagem financeira, e não investir na melhoria do sistema. O problema é bem mais antigo. O livro Trajetória, de nossa autoria, que reúne reportagens sobre Livramento, registra, na página 11, o seguinte:
“Das torneiras por onde passa a pouca água que abastece Livramento de Nossa Senhora, saem até cobras e sapos, segundo os habitantes dali. A Embasa, [que] promete desde 1971 o melhoramento na rede de água e esgotos do município, nada fez até agora, quer no sentido de ampliar a rede – que não mais atende a população – quer no que se refere ao tratamento da água” (Jornal da Bahia, 09.02.1976).