Artigo – 16.11.2017

Enedino Alves de Oliveira

(Justificativa para a homenagem)

“O sertanejo, é antes de tudo, um forte”.

Euclides da Cunha, Os Sertões

 

Enedino Alves de Oliveira nasceu no povoado de Mucambo Malheiro Distrito de São Timóteo-Livramento de Nossa Senhora-Bahia-Brasil, a 23 de junho de 1915, em uma família de 10 irmãos. Filho de Joaquim Alves de Oliveira (conhecido pela alcunha de Quinca mudo), conhecido fazendeiro da região, e de Ana Rita de Oliveira. Desde muito cedo começou a trabalhar para ajudar no sustento da sua casa, tendo se dedicado à criação e formação dos seus 7 filhos, frutos do seu casamento com Onorinda Francisca de Oliveira (natural de Água Quente, hoje Érico Cardoso-Bahia).

Ao longo de sua trajetória foi reconhecido, principalmente pelos moradores do lugar onde nasceu, o seu espírito público, respeito, acolhimento às pessoas mais vulneráveis e amor pelo próximo. Isso, devido a sua dedicação integral ao desenvolvimento econômico e social da comunidade onde sempre viveu e se orgulhava em pertencer.

Apesar das limitações e adversidades que enfrentou, como todo sertanejo, nunca se esqueceu da coletividade, principalmente, dos mais humildes, por quem nutria um carinho especial e ajudava no que fosse preciso. Recebia em sua residência, que se encontra na praça principal do povoado, todas as pessoas sem distinção de cor, idade e posição social. Era um defensor da redução das desigualdades, ainda mais perceptíveis naqueles tempos, dos direitos iguais para todos, da construção de uma sociedade mais fraterna e justa.

Católico fervoroso, realizava festas dos padroeiros da comunidade, reconhecidas pela população como as melhores. Sempre pensando no progresso da comunidade, requisitou, na década de 80, ao prefeito à época a construção de um cemitério para o povoado. Da mesma forma, enquanto em vida, foi o responsável pela implantação de uma feira livre no povoado, que após o seu falecimento deixou de existir.

Ainda pode ser citada a sua contribuição para que fosse possível a chegada da energia elétrica na comunidade, além de ter colaborado com a ideia e a metade dos gastos na construção da estrada do Carrasco, se empenhado na construção do primeiro colégio e sendo um ardente defensor da construção da barragem do Pau-ferro, através do DNOCS.

Foi um verdadeiro homem público sem nunca ter ocupado qualquer função pública. Faleceu aos 12 dias do mês de julho de 1992, deixando uma profunda lacuna no seio da comunidade, que quer ver eternizado o seu nome por tudo que representou e fez por Mucambo Malheiro.

É uma justa homenagem prestada por toda a comunidade a um grande benemérito, que deixou seu nome marcado na história pelos relevantes serviços prestados e, acima de tudo, pelo amor com o qual realizava suas ações.