O sanfoneiro Dedim Gouveia, que se auto-intitula “Rei do Xote do Brasil”, e a banda de forró Mastruz com Leite foram as atrações da noite de ontem, na festa junina que se realiza na Praça Hélio Pascoal (antiga Praça da Bandeira), em Livramento de Nossa Senhora, Bahia. O povo correspondeu e lotou a praça. Promovido pela Prefeitura Municipal, o evento começou dia 23 e vai até amanhã, 26, tradição que inclui o “São João” de Livramento entre os mais concorridos da Bahia.
Hoje, 25, têm Dogival Dantas, Roberto Dantilly e Banda Xodó da Bahia; e amanhã, 25, Canários do Reino, Zé de Chixo e Spaço X. As festas começaram, na verdade, nos bairros de Estocada e Passa-Quatro, início do mês, continuando na Rua do Areão, onde ontem, 24, celebrou-se missa em louvor a São João Batista. A alegria se estendeu também aos povoados, a exemplo de Monte Oliveira, cujo padroeiro é São João Batista; e Itaguaçu, lugar de povo alegre e festeiro, que atrai muitos visitantes. Fotos desta página: Praça Hélio Pascoal, ontem à noite.
Clidemar.riserio@gmail.com
O povo nordestino sofre dolorosamente com os efeitos da seca, desde o início da povoação da região. A história nos reporta que a pior seca no Nordeste ocorreu em 1877, quando 57 mil nordestinos tiveram a vida ceifada pela tragédia. Passaram-se 133 anos da catástrofe e os nossos políticos muito pouco fizeram, ao longo do tempo, para amenizar o sofrimento causado pela falta de chuvas com regularidade, no Nordeste e norte do Estado de Minas Gerais.
Lamentavelmente, a única coisa que a maioria dos políticos, de todas as regiões do país, construiu e colocou em funcionamento com muita competência e perfeição foi à indústria da seca. Também pudera, a referida indústria sempre assegurou e continua assegurando mandatos eletivos com bastante facilidade.
Mesmo com a criação do DNOCS e SUDENE, pelo Governo Federal, com o objetivo de combater a seca, dar para perceber que muito pouco os referidos órgãos oficiais conseguiram avançar na erradicação dos problemas causados em função das estiagens prolongadas. É de domínio público que as autarquias acima mencionadas serviram mais para formação de cabides de empregos e ajudar a manter no poder através do voto da humilhação por muitos anos a maioria dos caciques da política brasileira.
Comprovando a dura e triste realidade do desempenho minguado no combate à seca está aí em plena evidência o fantasma do “carro-pipa” e outros tipos de humilhação que os nordestinos vivem no seu dia a dia. Quando será que a maioria da população da zona rural dos 1.133 municípios do semi-árido brasileiro irá se libertar dessa opressão velada que tanto agride a dignidade humana?
Em vigor há mais de treze anos, a Lei nº 9.433/97 assegura a todos seres humanos que vivem no território nacional a consumir água potável nos padrões de qualidade exigidos pela OMS. Será quando a população da zona rural terá o seu direito garantido pela citada norma legal?
Em Brumado, não é diferente dos demais municípios do semi-árido, vive-se no momento uma das piores secas dos últimos 35 anos. Não choveu geral no município nos meses das águas, e o índice pluviométrico foi muito aquém do normal.
Diante desta dura realidade, a população da zona rural é a mais prejudicada e está bastante preocupada com a situação. Esquecidos pela maioria dos políticos tradicionais, principalmente quando as chuvas caem com regularidade, todos desaparecem do cenário. Mas! Quando a estiagem prolongada ocorre em ano de eleição, aparecem defensores do homem do campo de todos os lados. Entram em cena de maneira oportunista: com discursos eloqüentes, debates, promessas, manifestações, reuniões, passeatas e protestos.
Amparados por uma forte pressão midiática orquestrada pela imprensa local, que tenta passar para a população uma realidade fictícia, realizando publicações de diversas matérias contraditórias e muitas delas tendenciosas, a respeito das dificuldades enfrentadas pelos habitantes da zona rural do município de Brumado. Atualmente, nossos sertanejos estão bem mais conscientes e não acreditam mais em promessas mirabolantes de políticos que, desde sempre, os enganaram.
Somente com medidas destinadas a fortalecer a infra-estrutura de cada município do semi-árido, especificamente com relação ao controle rigoroso dos recursos hídricos, que apresentam como um fator limitante, e também investir no potencial vocacional de cada um desses municípios, visando assim, à geração de emprego e renda para promover o desenvolvimento sustentável e melhorar a qualidade de vida do sofrido homem do campo.
(Brumado-BA, 18 de junho de 2010)
Nossa Livramento amanheceu mais vazia e silenciosa, hoje (22 de junho): faleceu o Sr. Gabriel Lélis de Souza, 90 anos, conhecido por todos como “Seu Gabrielzinho”.
Comerciante aposentado, Sr. Gabriel, antes de tudo, foi um amante da música. Nasceu dia 24.12.1919. Casou-se com D. Cleonice e tiveram uma filha, Iara, motivo de muito orgulho para o pai. O genro, José Ilton e Iara deram-lhe dois netos: Giulio e Igor.
O silêncio tomará conta das nossas calçadas, onde era comum ver Sr. Gabriel, homem de figura mignon, dono de passos apressados, ostentando sobre a cabeça um chapéu, que dava a ele uma característica especial. Ao encontrar alguém, sempre dava o ar da sua graça cantando alguma canção.
Conhecedor de música, expressava preferência pela Velha Guarda, dedilhando no companheiro violão, por exemplo, canções de Orlando Silva, Ataulfo Alves, Nelson Gonçalves, Carlos Galhardo e tantos outros imortais da música brasileira.
Assim, o Sr. Gabriel viveu seus 90 anos e meio, 46 deles dedicados à esposa, companheira e amorosa. Outros tantos, dedicou, em paralelo, à filha amada, aos netos. A tudo sempre somou a inseparável canção.
Mesmo adoentado, segundo sua esposa, Sr. Gabrielzinho cantava, principalmente a preferida “Amélia”, a mulher de verdade, do inesquecível Ataulfo Alves, composta em parceria com Mário Lago.
Sr. Gabrielzinho deixará muitas saudades. Levará com ele a canção – eternizará sua voz em um lugar muito especial, melhor que este, com certeza, e terá o coro especial dos anjos, na Pátria Espiritual, onde, certamente, já pegou um violãozinho para dedilhar!
Cante, Sr. Gabrielzinho! Cante para Deus! Saudades!
A bela obra de arte, a “Mãe da Natureza”, segundo o autor, e “Nega do Zofir”, para todos nós da região, que reinava absoluta em plena Serra das Almas, uma das paradisíacas paisagens da Chapada Diamantina, na Bahia, está despedaçada. De uma simples pedra, de origem vulcânica, o genial artista plástico Zofir Oliveira Brasil (1926-1990), que residiu em Rio de Contas, fez um cartão postal, que se transformara em ícone da cultura regional.
Aproveitando o formato da grande rocha, ele pintou o rosto de uma mulher negra, fumando cachimbo, que era vista, em toda sua inteireza, por quem passava pela estrada que liga Livramento de Nossa Senhora a Rio de Contas, na Bahia, a chamada “Estrada Ecológica” (Estrada Desembargador Antônio Carlos Souto).
Provavelmente na última segunda ou terça-feira, a pedra foi destruída, sem que se saiba, ainda, o que causou a destruição. No local, há fortes indícios de ter sido caprichosamente destruída, por selvagem ato de vandalismo ou vandalismo combinado com alguma forma de intolerância. Poucos acreditam em desmoronamento espontâneo, pois a rocha milenar não apresentava qualquer sinal de abalo.
Os sinais de despedaçamento e de destruição da vegetação em volta são indicativos de interferência humana. A pedra em que havia a pintura, nitidamente retratando a figura de mulher negra, rolou para mais de 100 metros, repousando na base do morro em cujo topo se encontrava. Ao lado da base, agora vazia, ficou, além de restos da pintura, o cachimbo, em metal, que fazia parte da composição artística.
Clique aqui
http://noticiasderiodecontas.blogspot.com/2009/08/o-fabuloso-zofir-brasil.html e saiba mais sobre Zofir Brasil e sua obra.
Samantha Marinho (*)
Estar no lugar errado e, sobretudo, no momento histórico errado é uma daquelas situações que gostaria de ter evitado: Copa do Mundo 2006 (e quem não gostaria?)
Cada partida era carnaval: o tão esperado verão europeu, reencontros patrióticos, cervejinha e feijoada, Globo Internacional grátis após cada jogo.... era como se fosse no Brasil. Ainda mais com a vantagem do fuso horário Itália e Alemanha que não nos obrigava a perda de sono.
Como toda seleção que se respeita, os times buscam os arriscados amistosos no período pré- mundial. E nesses jogos de tensão, tais como na própria Copa, eis que perdemos de cara, Edmilson. Pra que arriscar tanto? Os meniscos são sensíveis, um jogo a menos, talvez, seria uma vitória mais adiante. Tudo sob controle. Temos um novo volante de reserva, Mineiro.
Começa o campeonato. Nada de bandeiras, fitinhas ou blusas falsificadas em giro. Nem do Brasil, nem da Itália. Às vezes, nem me lembrava que era tempo de Copa (isso realmente acontece em toda Copa). Gente que trabalha regularmente 8 horas por dia (sem saídas antecipadas, nem televisões nos escritórios), nenhuma canção martelante nas rádios, nem pessoas que se desdobram em quatro para ver a transmissão do jogo antes que a partida seja iniciada. Mas brasileiro que é brasileiro marca de ver todos os jogos, um mês antes, principalmente se está distante da pátria amada, tentando alentar a saudade quotidiana.
O time verde-ouro ia superando as fases do campeonato, graças à energia dos torcedores (esse povo tem poder!), vencendo contra a Croácia (1x0), contra a Austrália (2x0), feitos só no 2º tempo) e contra o Japão (4x1). Essa partida foi hilariante. O intervalo - com os times empatados – foi de tanta reza e promessa.
Estamos nas oitavas de final (somos penta, poxa!). Começamos também bem a segunda fase. Contra o Gana, ganhamos de 3x0 (jogo de menino). Desde o sorteio inicial dos grupos chaves, driblamos Itália, Argentina, Holanda, Inglaterra, Alemanha. Maneira mais fácil de chegar as quartas de final não poderia ter sido.
Até que, enfim, um jogo sério, daqueles que nos recordamos 3, 4 Copas sucessivas: Brasil contra a França do “cabeçudo” Zidane. E, realmente, lembro, ou melhor, fazem questão de me recordar daquele maledetto 1x0. Brasil fora. Itália prossegue. A essa altura, fingia ser cidadã italiana e torcer para que a Itália vencesse o campeonato. Mas não era vero! Não pode ser vero! Brasileira até o fim. E foi a partir de então que comecei a torcer contra a Itália.
E esse ano não vai poder ser diferente. Torcedor italiano é pior que o argentino. Faz piada, joga na cara as derrotas históricas, fala mal de jogador brasileiro que atua nos times italianos, com todo o direito e conhecimento de causa. Ainda bem que tenho Baggio como álibi e, assim, as discussões se encerram facilmente.
Mas esse ano, aqui, é “de tendência” dar facada nos torcedores adversários. Romanistas contra Laziais; Juventinos contra Interistas. Então é melhor torcer baixinho e esperar que a Itália seja eliminada logo para poder gritar tranquilamente Brasil.
(*) Samantha Marinho é jornalista brasileira, escrevendo da Itália.
O contexto em que se deu a entrevista do ex-prefeito de Livramento de Nossa Senhora, Bahia, Dr. Emerson Leal, publicada pelo jornal local Folha Regional, com trechos transcritos neste site, exige um olhar atento. Ela combina o interesse oposicionista do jornal, após ter rompido com o atual prefeito, Carlos Roberto Souto Batista, e o oportunismo político do ex-prefeito, típico de períodos pré-eleitorais.
O repórter do Folha não mediu palavras, foi direto e objetivo nas perguntas. Algumas até poderia ter causado embaraço, mas o entrevistado conduziu, habilmente, as respostas para o foco do seu interesse. Ou seja, espicaçar Carlos Batista; enaltecer seu trabalho como presidente da EBDA (Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola); e defender a atuação do filho deputado, Nelson Leal.
Como se sabe, Carlos Batista foi o algoz do grupo do ex-prefeito, nas duas últimas eleições municipais (2004 e 2008); e o deputado Nelson Leal é criticado pela omissão em relação aos problemas do município de Livramento, como sintetizou o jornal, na pergunta: “O povo se queixa que o deputado Nelson Leal é um ingrato, acusa que some e nunca traz nada para Livramento. Mesmo assim ele consegue boa votação. O Sr. Não acha que o deputado realmente é um ingrato?”.
Por obvio, o pai respondeu que não, que “As críticas não correspondem ao trabalho que Nelson Leal tem feito por Livramento, que é sua terra natal e por ela tem um carinho especial”. Pelo que consta, o deputado nasceu em Salvador, é soteropolitano, e as realizações listadas pelo pai não fazem jus ao prestígio do parlamentar junto ao governo e nem ao longo período ocupando cadeira na Assembléia Legislativa.
Não obstante o impacto local da entrevista, pouco ou nada acrescentou de novidade ao que se sabe sobre a responsabilidade dos dois principais atores políticos, atualmente, de Livramento de Nossa Senhora: Carlos Batista e Emerson Leal. Eles são autores de ações e omissões, nos últimos 30 anos, que resultaram nas mazelas que hoje atormentam os livramentenses. Faz-se ressalva apenas ao tempo de mandato: 18 anos de Emerson Leal e cinco anos e meio de Carlos Batista.
Ambos respondem por gestões amadoras, sem o devido planejamento, o que resultou, entre outras coisas, no crescimento urbano desordenado e na deficiência na oferta de serviços públicos (falta de ordenamento viário e do trânsito, atendimento médico precário, perda de qualidade do ensino nas escolas, abastecimento de água e saneamento básico precários, ausência de incentivo às atividades produtivas, falta de incremento de receitas próprias, degradação do meio ambiente e outros).
Na entrevista, o ex-prefeito mostrou-se seguro quanto à perda do mandato do adversário, por conta de processo que tramita na Justiça Eleitoral, em que o atual prefeito é acusado do crime de abuso do poder econômico e político, que teria praticado na eleição municipal de 2008. Também criticou a lentidão do Judiciário, dizendo: “Eu falo da justiça anterior aos atuais juízes, porque a juíza anterior desta comarca, e o mínimo que se pode também falar, é que ela foi leniente com o processo, pois protelou, procrastinou muito essa decisão”.
Ocorre que o ex-prefeito pode ter tido parte na leniência, já que não há indicativos de que tenha se movimentado para protestar ou denunciar, à época, a lentidão que agora atribui à “justiça anterior”. Consta, inclusive, que a demanda para cassação do diploma eleitoral de Carlos Batista somente se incrementou por insistência do ex-vice-prefeito, João Batista Miranda Cambuí, candidato a vice na chapa derrotada de Lia Leal, esposa de Emerson Leal.
Os dois adversários pertenciam à base política do governador Jaques Wagner e havia notório desinteresse pelo processo, pesando, ainda, o cargo de presidente da EBDA, ocupado pelo Dr. Emerson. Por mais que se pregue a não-ingerência nas bases municipais, nesse sentido, não se mostrava conveniente ao governador cassar um prefeito aliado por crime eleitoral, em processo movido por outro aliado. Fica explícito, no caso, o jogo de conveniências.
Observe que, a corroborar esta tese, constata-se que o processo passou a ganhar agilidade, exatamente após o rompimento definitivo do ex-ministro Geddel Vieira Lima, chefe político do prefeito Carlos Batista, com o governador Wagner. Como indício adicional, registra-se que, mesmo depois do rompimento, o “prefeito dos livramentenses” continuou disputando lugar ao lado do governador, em fotos de inaugurações.
Apelar para a Justiça, pela sua morosidade, é perda de tempo. Apelar para o prefeito é pior ainda e, se fizer, vai dar em nada. Apelar para os gerentes e funcionários é cultivar raiva e alimentar a vontade de cometer, de verdade, uma loucura, muitas vezes, arquitetada pelos descasos traumáticos e a sensação de impotência que nos faz sentir como um cachorro sem dono a vagar por ai pelos caminhos do improviso e dos imprevistos.
Todos nós, humanos de bom senso, gostaríamos que fosse diferente. Mas, Já que os governos, seus deputados e senadores só sabem é fazer barulho e muito blá blá blá para ditar normas e leis e não têm ou, por razões óbvias, não querem ter a capacidade ou responsabilidade necessária para fiscalizar e fazer valer as suas decisões; só nos resta uma coisa a fazer: organizar e partir para o quebra-quebra para chamar atenção e mostrar-lhes que deviam respeitar um pouco mais o povo brasileiro e parar de enganá-los. Por enquanto, ainda estamos pacientes e até generosos com eles. E como paciência tem limite e, pelo visto, sem me excluir do contexto, estamos a ponto e pronto para explodir contra tantos abusos. Parece até que só estamos esperando uma oportunidade, a iniciativa de algum erudito ou motivação pela coragem de um leigo transtornado; em êxtase a retratar a revolta geral contra essas instituições que não respeitam as normas estabelecidas pelas leis. Os BANCOS principalmente, que, sem exceção, existem para nos servir e sem o nosso dinheiro suado não sobreviveriam. Portanto, com razão suficiente para terem um pouco mais de consideração e respeito para com os seus clientes transformados em reféns dos seus juros exorbitantes, suas exigências abusivas e burocráticas, pedidos de garantias absurdas e taxas e mais taxas, muitas delas confusas e mesmo assim, debitadas, sem aviso prévio, nos extratos mensais. Como verdadeiras armadilhas que geram, em cadeia, outras tantas taxas.
Se acharem que estou fazendo apologia à violência, digo que não é bem esse o meu objetivo. Quero apenas mostrar e tão somente fazer os bancos ouvirem o clamor do povo por mais decência e respeito. E, oportunamente, também, despertar a consciência e o direito daqueles que não tem tempo a perder e são obrigados a padecer, com risos sem graça e se moendo de raiva nas intermináveis filas, provenientes da ganância e do descaso dos BANQUEIROS. Dos banqueiros que só pensam nos grandes lucros e, visando tão somente isso, são inconseqüentes nas suas táticas comerciais; não respeitam e atropelam os nossos direitos e a nossa paciência. Como se nós clientes fossemos tolos ou meros vagabundos que não tem mais nada a fazer a não ser, sem incomodá-los, ficar nas filas rezando para chover logo e assim ver se as coisas melhoram, e por tempo indeterminado, até que a lentidão desses vampiros brasileiros no quesito "bom senso" funcione e assim sermos atendidos e liberados para prosseguirmos na labuta do dia-a-dia.
(*) Paulo Marques de Oliveira é comerciante em Livramento ( paulomoliv@hotmail.com)
O ex-prefeito Emerson Leal quebrou o silêncio e concedeu ao jornal Folha Regional, editado em Livramento de Nossa Senhora, Bahia, sua primeira entrevista após a derrota do seu grupo, nas últimas eleições municipais, em 2008, para o atual prefeito, Carlos Roberto Souto Batista, que também derrotou, em 2004, o candidato apoiado pelo ex-prefeito, atual vice-prefeito, Paulo Cardoso Azevedo. Em 2008, Emerson Leal levou para o sacrifício sua própria esposa, D. Lia Leal, que, apesar da vigorosa campanha e expressiva votação, não se elegeu. Emerson Leal atribuiu a derrota ao que chamou de escandalosa compra de votos praticada pelo grupo adversário. Por conta dessa acusação, o “prefeito dos livramentenses” responde a vários processos na Justiça Eleitoral e se encontra na iminência de ter o mandato cassado. Leia, a seguir, a transcrição de trechos da longa entrevista, publicada na última edição do Folha Regional (nº 128, maio de 2010), que circulou na semana passada:
Folha Regional - O prefeito Carlão tem dito que está sendo difícil administrar o município. Ainda se queixa de dívidas que ele denuncia serem absurdas, além de acusar máquinas destruídas, bem público dilapidado, finanças surripiadas e saúde arrasada, tudo isso herança maldita de uma péssima gestão de muitos anos de Emerson Leal. O que o Sr. tem a dizer sobre isto?
Emerson Leal – Eu não vou dizer que estou perplexo quanto a isto, porque conheço o mau caratismo do prefeito. Não é surpresa a atitude de leviandade e de arrogância dele. Eu o conheço profundamente e sei do caráter ou a falta de caráter do prefeito Carlos Roberto Souto Batista. Quando assumiu o seu governo, houve por parte dele a acusação que eu havia deixado a Prefeitura numa situação lastimável, com uma dívida muito grande e que por conta disso não tinha como administrar o município. Fiz à época, e quero acentuar isso, uma carta aberta ao povo de Livramento afirmando que deixei a Prefeitura com mais de R$800 mil em caixa. A seguir denunciei uma séria de falcatruas executadas pelo prefeito já no início do governo dele, entre as quais o transporte escolar que teve os gastos duplicados. Saltaram de pouco mais de R$100 mil para um superfaturamento dobrado. (...)
(...)
Folha – O Sr. Deixou o maquinário, a frota da Prefeitura destruída? Perguntamos, porque o prefeito Carlão vendeu todos os veículos como sucata.
Emerson – Não deixei. Pelo contrário, tinha carros novos e seminovos. Veículos adquiridos com muita dificuldade, resultado da economia de recursos municipais que fizemos para ampliar a nossa frota. E, lamentavelmente, com profunda tristeza que eu vejo acontecer isso. Livramento é a única cidade da Bahia onde se vendeu toda a frota da Prefeitura como sucata para em seguida alugar veículos, fazendo um processo licitatório dirigido, só para correligionários, algo indecoroso. Um grave flagrante de improbidade do poder público municipal. Espero que o Ministério Público tome providências contra isso. Eu até entendo que, eventualmente, a Prefeitura possa alugar um carro, mas jamais, jamais, dilapidar o patrimônio público, vender toda sua frota para alugar carros de terceiros. O dinheiro que o prefeito está pagando de aluguel de veículos daria par ele comprar um (carro) todo o mês. Isso é uma aberração, vou dizer com toda clareza: o nome disso é improbidade administrativa.
Folha – O Dr. Carlos Roberto foi contra entregar o hospital para terceiros administrarem, na gestão Emerson Leal. Mas, agora, como prefeito, ele terceirizou o hospital, o que contou inclusive com a conveniência da Câmara e dos partidos políticos. Ou seja, a terceirização foi conseguida na surdina, sem o conhecimento do povo. Como o Sr. analisaria este processo de terceirização agora?
Emerson – É de causar perplexidade. Mas nada melhor que um dia após o outro. Eu quero deixar bem claro que a minha posição é completamente distinta da do prefeito Carlos Souto Batista. Porque naquela época eu não quis privatizar o hospital. Eu quis criar uma OSIP (OSCIP), que é uma organização da sociedade civil de interesse público, composta por pessoas de Livramento, formada por médicos que trabalhavam no próprio hospital, para que eles mesmos o administrassem. É importante destacar que a OSIP não tinha fins lucrativos, e daquele recurso destinado para a organização social, se sobrasse algum dinheiro, podíamos garantir que não iria para o bolso de ninguém, seria para promover melhoria para o hospital, ampliar, colocar UTI, fazer investimentos dentro do hospital. Curiosamente o que causa perplexidade, espanto, é que hoje, como o Folha (Folha Regional) bem acentua, é que o prefeito não criou uma organização social, simplesmente terceirizou o hospital para uma cooperativa de Feira de Santana através de uma licitação direcionada. O curioso é que o meu filho André, juntamente com uns amigos, entraram para concorrer à licitação na publicação do seu primeiro edital. O prefeito, de um modo safado, anulou aquele processo licitatório, suspendeu o edital para, na calada, escondido, direcionar para a cooperativa feirense. Isto é lamentável, o que revela mais uma vez a improbidade administrativa. Eu quero destacar, sobretudo, que na minha época quando o hospital estava municipalizado, pagávamos a produtividade aos servidores do Estado que estavam à disposição do município. Hoje não se paga por produtividade, mas eu me recordo que na minha época, havia uma dúvida se era legal ou não pagar isso e os funcionários fizeram passeata, foram ao fórum com os vereadores. Hoje, o grau de arrogância e de prepotência, o estilo ditatorial do prefeito causa tanto pavor e medo que a população de Livramento vive acuada, com medo. Ninguém tem coragem de se manifestar e todos se calam.
Folha – Por que o Sr. que lidera o grupo de oposição está omisso em relação às mazelas do Prefeito Carlão?
Emerson – Olha bem, eu coloquei a disposição do povo de Livramento a coisa mais preciosa da minha vida, que é a minha mulher Lia Leal. Ela foi colocada como candidata a prefeita, veio para cá e fez uma campanha magnífica. Não se poupou, visitou este município casa por casa, levou a sua mensagem. Lia leal tem um trabalho extraordinário exercido em Livramento do ponto de vista social, com as creches, os trabalhos sociais que desenvolveu a exemplo do Projeto Angelita Leal, o Projeto Sol em que trabalhou com as crianças do sexo feminino, os adolescentes em situação de risco, um trabalho realmente notável. Então, eu coloquei como candidata o que havia de melhor para apreciação do povo de Livramento. Infelizmente a administração corrupta e corruptora que aí está conseguiu subornar muitas lideranças. Mesmo assim nosso grupo político, numa demonstração de seriedade, deu a Lia acima de dez mil votos, o que é muito significativo, pois foram votos de consciência, de pessoas independentes e que não se venderam, não se deixaram subornar. Por isso, não se pode dizer que nos omitimos. Isso não. Se não tivesse vindo aqui no período eleitoral, se não tivesse botado uma alternativa para o povo de Livramento, podia haver essa acusação. Mas o povo sabe que participamos do processo eleitoral, e, mesmo a eleição, todos também sabem que não foi limpa. Sobre isso eu até vou colocar no português claro: não foi uma eleição apenas viciada; foi uma eleição garfada, comprada, digo com toda a certeza, uma eleição roubada. E estou dizendo isso com muita tranqüilidade porque existem várias denúncias comprovadas de pessoas que receberam tijolos, cimento e muitos outros favorecimentos. É o caso da eleitora Maria, do Taquari, que gravou e denunciou um empreiteiro laranja da prefeitura oferecendo a ela o material para conserto da casa. Até foi feito mandado de busca a apreensão desse material, está tudo gravado. Agora, para conforto nosso, o Procurador Eleitoral deu, há poucos dias, uma resposta sobre isso. Ele acatou o parecer do nosso advogado, a ação movida pelo Dr. Pires, dizendo que aqui em Livramento houve realmente escandalosa compra de votos. Esse procurador denuncia isso à Justiça Eleitoral e pede a cassação do prefeito porque ele não tem dúvida que houve abuso do poder econômico e político em Livramento. Eu também gostaria de esclarecer que não é apenas o nosso advogado que pede a cassação do prefeito, quem está pedindo agora também é o procurado eleitoral. Mas o povo tem certa razão. Nosso grupo tem três vereadores na Câmara, acho que eles têm que atuar como autênticos porta-vozes da angústia, do sofrimento, o abandono em que vive o nosso povo.
Folha – Esta é uma discussão em que o prefeito parece levar vantagem, porque após quase dois anos do mandato de reeleição, foi feita abertura de processo de denúncia de compra de votos, provas foram apresentadas, muita audiência realizada no fórum, foguetório e o processo de cassação não anda, o que deixa o povo cético em acreditar que Dr. Carlos Roberto perca o mandato. Com este novo parecer do procurador eleitoral, será que ainda pode acreditar que isso possa ser possível?
Emerson – Eu acredito porque, de um modo geral, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) segue muito o parecer do procurador eleitoral. Sobre a lentidão da Justiça daqui de Livramento, só posso dizer que lamento a leniência com que o Judiciário local vinha tratando esta questão. Eu falo da Justiça anterior aos atuais juízes, porque a juíza anterior desta comarca, e o mínimo que se pode também falar, é que ela foi leniente com o processo, pois protelou, procrastinou muito essa decisão. Isto forçou nosso advogado Dr. Pires dar entrada do processo no fórum deste município como também em Salvador; a Procuradoria Eleitoral analisou e, enfim, encaminhou ao TRE o pedido de cassação do prefeito. Agora, que Carlão está fazendo uma administração desastrosa a população tem consciência. Eu também sei disto, porém tenho a responsabilidade de comandar uma empresa (EBDA) com 2,3 mil funcionários e que tem ação desenvolvida em todo o Estado da Bahia (...).
(...)
Folha – Como aconteceu o rompimento e como o Sr. vê hoje Dr. Paulo Azevedo, que já foi seu aliado e pertenceu a seu grupo político?
Emerson – Paulo Azevedo foi uma grande decepção da minha vida de político. Eu lamento, lastimo até, a postura de Dr. Paulo. Ele hoje não tem espaço na administração, porque o próprio prefeito sabe como, qual o motivo de Dr. Paulo apoiar sua candidatura. Além disso, Dr. Paulo Azevedo foi uma grande farsa para o povo de Livramento. Um verdadeiro demagogo que quando teve interesse, porque estava candidato, abriu as portas de seu consultório médico para atender o povo durante algum tempo em que fez campanha. Depois que não mais lhe serviu fazer isto, virou as costas para esse mesmo povo. Então, o prefeito sabe o que lhe custou o apoio de Dr. Paulo Ele sabe quem é Paulo Azevedo, o caráter de Dr. Paulo, e, claro, não lhe cede espaço para nada porque quem faz o cesto faz o cento, faz o mil. O que o Dr. Paulo Azevedo fez comigo Carlão sabe que faz com ele também, pois não é confiável.
(...)
Folha – Três médicos diretamente ligados aos destinos de um povo. O prefeito Carlão é médico, o seu vice-prefeito, Dr. Paulo Azevedo é médico e Dr. Emerson Leal que foi prefeito durante anos também é médico. O primeiro está envenenando o povo com água contaminada, pois permitiu que o esgoto fosse despejado no rio que abastece o perímetro irrigado que supre o povo de várias comunidades da zona rural; o segundo apóia e se cala, o Sr. Desapareceu. Como explicar isso? Os médicos são um mal para governar Livramento?
Emerson – Os médicos são bons administradores de patrimônios públicos, são bons gestores que mostraram e mostram isso, pois existem muitos que hoje são ou já foram prefeitos e que se destacam na vida pública e na política. Mas assim como existem os bons e os maus em todas as áreas e neste meio em que vivemos, na gestão pública isto ocorre também. Acho que o prefeito de Livramento pode ser um exemplo quando o médico é incompetente na gestão pública.
(...)
Folha – Voltando à questão da água, o povo de Itanajé (distrito de Livramento) está se sentindo ludibriado, totalmente lesado pelo prefeito Carlão; igualmente extensivo em relação ao ex-ministro Geddel Vieira Lima por causa do fracasso da adutora que deveria abastecer com água de boa qualidade aquela comunidade. Mas na verdade a adutora é um grande fiasco, um vergonhoso engodo porque, apesar de cara, a obra não funciona. Como o Sr. vê o problema da adutora de Itanajé?
Emerson – Uma grande farsa que é o resultado de se fazer obra eleitoreira para enganar o povo. Fora que a obra cheira a desvios de verbas porque não se pode admitir que uma simples adutora construída com recursos que ultrapassam a R$3 milhões não funcione. Alguma coisa está errada nisso ai, o que deve levantar questionamento do Ministério Público, da Câmara de Vereadores e dos segmentos organizados da sociedade a fim de se cobrar explicações ou se for o caso exigir até mesmo punição. É muito dinheiro gasto para uma coisa que não funciona, e isto não pode ficar assim. Parece haver algo vergonhoso por trás daquela adutora.
Corpus Christi parece ser o dia em que a religiosidade dos católicos mais aflora. A televisão mostrou a criatividade das pessoas, em várias cidades, ao enfeitar as ruas com os tradicionais “tapetes” de pó-de-serra, borra de café e outros produtos, forrando o calçamento e ou o asfalto. Em nossa região, a maior tradição é da cidade de Rio de
Contas, seguida de Livramento de Nossa Senhora. A decoração geralmente é feita nos principais trechos da procissão do Santíssimo Sacramento.
Em Livramento, já se chegou a cobrir toda a longa Avenida Presidente Vargas, principal da cidade, tendo a participação de professores e estudantes. Nos últimos anos, acabou por ficar restrito ao entorno da Catedral, no centro. Este ano, entretanto, nem isso foi conseguido. Quatro grupos de voluntários se dispuseram a manter a tradição: Colégio Estadual João Vilas Boas, Colégio Probo Meira Júnior, Legião de Maria e o Grupo da Crisma, da paróquia local.
Mas o roteiro, circundando Catedral e Praça Senador Tanajura, ficou incompleto, exatamente na frente e em uma das laterais da igreja. O motivo teria sido a ausência justamente do Grupo da Crisma. No todo, ficou estranho, mas o trabalho dos grupos que compareceram ficou muito bonito!
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O show do padre José Fernandes de Oliveira, o conhecido Pe. Zezinho, encantou, ontem à noite, dia de Corpus Christi, seus admiradores de Rio de Contas e municípios vizinhos, como Livramento de Nossa Senhora, Bahia. A apresentação foi uma moderna aula de catecismo, que balançou a alma das centenas de pessoas que lotaram a praça principal daquela cidade.
Pe. Zezinho, um dos pioneiros em usar o próprio canto na evangelização, tornando-se um artista, passeou por vasto repertório, da música sertaneja ao rock da pesada, acompanhado por um afinado grupo de músicos e cantores auxiliares. Vibrou a platéia, quando cantou, por exemplo, “Meu coração tá pisado, como a flor que murcha e cai/Pisado pelo desprezo do amor quando desfaz” (Tonico e Tinoco).
E, também, Saudades de Minha Terra Querida: “De que me adianta viver na cidade/Se a felicidade não me acompanhar/Adeus, paulistinha do meu coração/Lá pro meu sertão quero voltar (...)/Estou contrariado, mas não derrotado/Eu sou bem guiado pelas mãos divinas/Pra minha mãezinha já telegrafei/E já me cansei de tanto sofrer/Nesta madrugada estarei de partida/Pra terra querida, que me viu nascer”.
Entre uma canção e outra, transmitia mensagens de fé e ensinava condutas religiosas. Disse que a função do grupo é “animar, alegrar e fazer pensar”. No show, mostrava imagens, objetos e flores, como recursos didáticos. Sobre as imagens de Nossa Senhora, disse: “lembra Nossa Senhora, mas sabemos que não é Nossa Senhora”. Fez o mesmo com a imagem de Cristo: “lembra Jesus, mas não é Jesus”.
Foi duro com os que criticam a religião dos outros: “Só religioso moleque não respeita a mãe do outro, só religioso moleque não respeita a fé do outro”. E afirmou: “Tenho faca, mas não sou assassino, seu usar, tenho imagem e não sou idólatra”. E ensinou: “A rosa vermelha é diferente da rosa branca, mas não deixa de ser rosa”. E fez todos cantarem: “Bicho homem, bicho homem, vê se aprende a conviver”.
Com refrões fortes, cantou pelas famílias: “Que a família comece e termine sabendo onde vai/E que o homem carregue nos ombros a graça de um pai/Que a mulher seja um céu de ternura, aconchego e calor/E que os filhos conheçam a força que brota do amor!”
José Fernandes de Oliveira, 68 anos, é mineiro, mas foi criado em Taubaté- SP. “Não se expõe muito na grande mídia, mas é raro um católico praticante que não o reconheça. Sua voz e seu rosto deixaram marcas em muitas gerações. Canta, escreve, publica, leciona, faz rádio e televisão, descobre talentos, deu mais de 3.000 shows no Brasil e no mundo. Fala cinco idiomas”.
Clique aqui para saber mais sobre Pe. Zezinho: http://www.padrezezinhoscj.com/interna.php?id_menu=2