Júri de Franklin” – 31.10.2011

MP não recorre e empresário
está definitivamente livre

O empresário Alceu Araújo da Silva, de Livramento de Nossa Senhora, Bahia, autor confesso do assassinato de Franklin George Meira Macedo, ocorrido em 31 de outubro de 1998, está definitivamente livre do processo. Em 31 de maio de 2011, o Tribunal do Júri da Comarca local o absolveu de qualquer pena e a Promotoria de Justiça, responsável pela acusação, não recorreu da decisão. A revelação está no artigo, publicado hoje neste site, da professora Maria Aparecida Alves Meira (D. Lili), no qual, mais uma vez, lembra a morte do filho e critica a falta de justiça.

No texto, ela destaca “A confirmar nosso sentimento e nossas palavras, diante da injustiça, deixando-me ainda mais estarrecida, descrente e com a alma mais dolorida, constatamos que, a despeito da pantomima dos defensores do criminoso, cuja tese de legitima defesa evidenciou-se inconsistente, não houve o obrigatório recurso, por parte do Estado, contra a decisão dos jurados, que deveria ter sido impetrado pelo Ministério Público, encarregado da acusação e de defender a lei e a sociedade”.

A responsável pela acusação, no julgamento, foi a promotora de justiça Maria Imaculada Jued Moisés, que já se transferiu da Comarca. Ela teve uma atuação considerada boa, no caso, mas não promoveu o recurso, muito esperado pela família da vítima. Na própria tese acusatória, ela chegou a alertar os jurados para o risco da absolvição, argumentando que, se tal ocorresse, estariam "dando carta branca e dizendo a todas as pessoas: matem, porque em Livramento ninguém é condenado".

Também chamara a atenção para o custo que o Estado tem para salvar vidas, proteger a grandeza da vida, fazendo um confronto com a destruição fácil de uma vida, como a que foi ceifada pelo homicida. A falta de recurso surpreendeu, porque, além de ser uma praxe recorrer, quem assistiu ao júri, teve a impressão de que quem estava em julgamento era a vítima. O discurso dos defensores foi todo baseado na vida pregressa de Franklin Macedo, que sofreu um verdadeiro linchamento moral pós-morte, como desabafou sua mãe, em nota pública datada de 6 de junho de 2011, na qual, entre outras coisas, afirma:

A vítima, assassinada há quase 13 anos, foi impiedosamente execrada, aos gritos, diante de sua pobre mãe, que a tudo teve que assistir, muda. Foi chamado de traficante, usuário de drogas, psicótico, mimado, bajulado, aliciador de todos os outros jovens de Livramento. Seu nome era gritado, berrado em frente a um microfone que nem era necessário. Franklin foi pintado, nesse teatro trágico, como um "elemento" perigoso, como se fosse ele o inventor da droga. É muito fácil defender um assassino, acusando a vítima indefesa, tanto no dia fatal, como nesse outro dia, quando deveria ser redimida pela justiça. O assassino foi absolvido porque a vítima consumia drogas!”.

 

Opinião – 31.10.2011

Afronta aos necessitados

Por Raimundo Marinho

Jornalista

A conveniência costuma ditar comportamentos, notadamente na política, podendo ser positivo ou negativo, contrário ou a favor do interesse coletivo. E é preocupante quando se torna indicativo da degradação de valores morais, na sociedade. Parece-nos ser o caso dos escândalos éticos afetos aos dois grupos políticos dominantes em Livramento de Nossa Senhora, Bahia.

Trata-se da prebenda ou sinecura gozada por familiares dos dois principais xerifes políticos do município. Praticam a troca de favores reputados indecentes, usando a res pública, um na forma de nepotismo cruzado e outro como retribuição ao papel de cabo eleitoral de luxo, aqui também afrontando a vontade popular.

O silêncio entre seus partidários é igualmente terrificante, porém, fácil de entender, pois nenhum pode falar do outro, já que, nesse sentido, são farinha do mesmo saco. Em silenciosa conveniência também ficam seus fanáticos seguidores, pela falta de moral para apontar o vesgo do outro. Então, só comparam o grau da sordidez.

O filho do atual prefeito, Roberto Lucas Spinola Souto, por exemplo, assumiu o fato e exibiu o próprio contracheque, comprovando que recebe dinheiro, mas tentou justificar, a nosso ver, sem convencer, que trabalha. Não teria como, pois é lotado no gabinete do deputado federal Lúcio Vieira Lima, em Brasília, mas é constantemente visto em Livramento.

Se mérito houve foi o de não ter pudor em mostrar a prova do ato aético, não sendo, portanto, demonstração da integridade que, certamente, desejou provar junto à sociedade. Em paralelo, desafiou as companheiras de conezia a fazer o mesmo, o que não aconteceu. Ao contrário, o silencio tornou-se ainda mais pétreo.

Não fora as reportagens de VEJA e A TARDE, sobre o nepotismo cruzado entre o deputado federal João Carlos Bacelar Filho e o deputado estadual Nelson Souza Leal, tudo teria ficado como dantes. A assessoria de João Bacelar divulgou que ele iria solicitar a exoneração dos seus parentes, um tio e a mãe, do gabinete do colega e amigo estadual, mas não se falou na recíproca.

Porém, os nomes de Lia Leal e Ana Paula Leal, mãe e irmã de Nelson Leal, respectivamente, lotadas no gabinete de Bacelar, em Brasília, onde não compareciam, foram retirados do site da Câmara Federal. Não significa, necessariamente, que foram exoneradas. Até agora, ninguém da família se dignou a dar qualquer esclarecimento.

Reprisar é importante para que seja fixado na consciência coletiva que isso não é normal. É uma ignomínia política, que assalta os cofres públicos, grande deboche e desrespeito à população, aí incluídos os nossos pobres e miseráveis, 88% da população (IBGE-2000).

Estes passam fome e morrem à míngua, sem acesso às condições básicas de vida. Embora sejam eles que elegem aqueles, o fazem não imaginando que a vida vai melhorar, mas na esperança de que não piore. E, no meio deles, a mercancia de votos, pirataria que se realiza abaixo da linha da pobreza, alimentada pela escória política.

Nos sites de notícias, leitores comentam tudo: briga de galo; prisão de criminosos; operação policial; inauguração de sala de estabilização, no lugar de uma UTI; derrota da seleção de futebol; carnavais fora de época; desfiles escolares. Mas, pouco se fala de temas centrais, como improbidade administrativa e a falta de planejamento da gestão municipal.

O ex-prefeito emprega a família de forma acintosamente reprovável e o atual prefeito faz o mesmo com o filho. Além disso, está com o mandato cassado pela Justiça Eleitoral, hoje sustentado por uma decisão liminar, e nada se comenta. Pior, há defensores de ambos os lados. Por que não há o mesmo empenho para se criar empregos para os pobres e miseráveis?

Talvez isso explique o que vem ocorrendo em várias partes do mundo, como as manifestações nas ruas de Londres e de Roma e no movimento recente, no Brasil, contra a corrupção. Entre nós, foi anunciada uma passeata da paz, próximo dia 11, com a ressalva de que não haverá crítica, não haverá conotação política.

Como não fazer críticas, como não envolver a política na discussão, se os responsáveis são os políticos? Como não questionar, cobrar e combater os que nos tiram a paz? Como alcançar o fim da violência, a não ser exigindo as ações devidas? O movimento tem de se converter em exigência de providência concreta em favor da segurança pública.

Que, pelo menos, durante a caminhada, observem os entulhos, o lixo e materiais depositados indevidamente nas calçadas e que vejam, também, as ondulações dos paralelepípedos, causadas pelo tráfego pesado permitido em nossa cidade. Já passou da hora de exigirmos, para Livramento, um anel rodoviário e um porto seco.

Quando o sofrimento aperta, o povo reage, de alguma forma. Duro é se chegar a extremos como na Líbia e Egito, onde o povo oprimido e desesperado, reagiu. A opressão, além de injusta e anticristã, cansa e a tendência é as novas gerações se insurgirem contra modelos déspotas, ainda que camuflados de democracia.

No caso de Livramento, tivemos o belo exemplo de 2004, quando a população, cansada de anos sem perspectiva, de descaso para com o interesse coletivo, elegeu Carlos Batista, que parecia apto a promover mudanças e implementar a seriedade que a gestão pública exigia. Não se imaginou que estava sendo eleito algo ainda pior.

A população sempre se dividiu em situação, oposição e os que discordam dos dois. E a maioria vence! Em nosso município, nunca houve genuína polarização, nos últimos 30 anos, e sim hegemonia de um grupo, que foi quebrada, exatamente, em 2004, mas houve apenas uma sucessão e muita frustração.

Mas há quem costuma dizer que acabou a opressão, a perseguição, que se implantou a democracia. Lorota, apenas foram invertidas as posições de perseguidos e perseguidores. Outros dirão, mas houve progresso e melhoria na saúde. Engano, não pode haver progresso onde quase 90% da população são pobres ou miseráveis.

Não pode haver progresso, onde os índices que medem a qualidade educação situam-se abaixo da média, não pode haver melhoria da saúde onde ainda se morre por falta de socorro adequado. Progresso e democracia não combinam com má qualidade dos serviços públicos, com a deterioração do meio ambiente. Nossos rios estão mortos. A privatização do uso da água prenuncia conflitos entre comunidades.

Os ufanistas, que transitam entre os 10% da população dita privilegiada, estão a dizer que somos ricos, temos o segundo maior pólo de fruticultura do Estado. Sim, verdade! Nesse sentido, somos, mas quem se beneficia do estimado bilhão de reais da produção anual de frutas e quanto disso vai para projetos sociais? Nenhum centavo.

Mas são gerados empregos, dirão ainda outros. Negativo, há subempregos, pagando-se menos que o salário mínimo obrigatório e não são recolhidos encargos sociais. Quando estiverem na idade de se aposentar, esses trabalhadores estarão na amargura, pois não terão qualquer prova que trabalharam, nem que contribuíram para a Previdência Social. Então, não se gera emprego e sim crueldade!

E o que fazer? Fico com as palavras, simples, mas de significado oportuno e necessário, do leitor que se identificou apenas como Antônio Costa (costaaguiar2011@hotmail.com), provavelmente um nome disfarçado que, em mensagem via e-mail, disse:

Não feche os olhos – O que podemos esperar das eleições de 2012 em Livramento? Pelo andar da carruagem, nada de novo: “A mesma praça, o mesmo banco...”. Resta um fio de esperança de que as coisas mudem para melhor, para isto, seria bem vindo uma boa mudança no Legislativo. “Medalhões” que perpetuam no ofício não é uma prática saudável em nenhuma política, tornam-se “dados viciados”, daí uma eventual “fusão” entre o Legislativo e Executivo. Este último também carece de novos integrantes, pessoas mais dinâmicas, de visões futuristas e realmente comprometidas com os problemas sociais... Basta! Chega de bipolarização neste sofrido município, onde, por exemplo, a educação é ignorada em vários aspectos. Há uma urgente necessidade de abrir os olhos e deixar de padecer sem necessidade, utilizando nossa poderosa arma com consciência, honestamente e sem medo – o voto.

E acrescentamos: o Executivo não pode ser a casa de noca, nem a Câmara de Vereadores uma academia de vacas de presépio, de cabide de empregos, à qual os representantes ascendem com o voto do provo! Por outro lado, não existirão mudanças no panorama externo sem haver, antes, no interior de cada um. É importante pensar na resposta que daremos à geração rebelde e que herança social e política, pela ótica cristã, desejamos para nossos filhos e netos!

 

Artigo – 31.10.2011

109 anos de Drummond,
poesia que não silencia

Por Márcia Oliveira

Professora

Fotos: sites UOL.com (Ed. Record), releituras.com e picasaweb.google.com

Há 109 anos, nascia um dos poetas mais intensos da nossa literatura: Carlos Drummond de Andrade. Do berço mineiro para o mundo inteiro. Não é uma rima, é uma realidade. Drummond, menino da pequena e pacata Itabira, conseguiu fazê-la tão grandiosa quanto ele em seus versos. Foi tanto e muito, cantou a vida e o amor, dissolveu a dor em doses máximas, quando minimizaram os passos do homem ante a fria e sangrenta guerra... mesmo assim, ele fez poesia! Falou do vasto mundo, do amplo espaço entre o amar e o sofrer, das incontidas lágrimas que, muitas vezes, não nos permitem chorar! Transformou em inúmeras estrofes a vida simples das casas que se olham, do homem que vai devagar, do burro que vai devagar... para, assim, chegarem a algum lugar, mesmo que esse lugar fosse apenas um verso escrito numa página outrora em branco.

"Ser feliz sem motivo é a mais autêntica forma de felicidade" - registrou o poeta num dos momentos de grande e infinita inspiração. Despertou em nós bem humoradas reflexões: "Os homens distinguem-se pelo que fazem, as mulheres pelo que levam os homens a fazer”. Preparou-nos para transformar os sonhos em realidade, ou será o contrário dela?: "Há duas épocas na vida, a infância e a velhice, em que a felicidade está numa caixa de bombons". Provocou inquietações, quando, cansado das injustiças que encobriam o mundo, escreveu esses versos contundentes: "No meio do caminho tinha uma pedra, tinha uma pedra no meio do caminho. Nunca me esquecerei desse acontecimento na vida de minhas retinas tão fatigadas". E quantas pedras ainda existem, querido poeta!!!

Drummond - poeta, cronista, contista, pensador, filósofo, funcionário público, farmacêutico, mas acima de tudo POETA! Na plena acepção da palavra: Poeta. Assim foi Drummond, inquieto, questionador, angustiado, inspirado, articulador, irônico, apaixonado... completo. Fez da vida uma poesia e, desta, uma vida inteira. O amor foi temática constante em sua obra: "O amor é grande e cabe nessa janela sobre o mar. O mar é grande e cabe na cama e no colchão de amar. O amor é grande e cabe no breve espaço de beijar"!

Teve um coração tão vasto quanto a sua poesia. “Tenho duas mãos e o sentimento do mundo”. Quanta coisa coube em seus versos! Quanta coisa coube em seu coração: dor do existir num mundo desigual, nostalgia, a simplicidade, sua terra natal, angústia ao ver a paz escapando das mãos do homem, de como são tênues os sentimentos lá fora... fora do coração! "A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca e que, esquivando-nos do sofrimento, perdemos também a felicidade".

Drummond chegou a esse vasto mundo no dia 31 de outubro de 1902. Ano em que se iniciou o Pré-Modernismo no Brasil, com a publicação de "Os sertões", de Euclides da Cunha e “Canaã, de Graça Aranha. Daí, vinte anos depois, surge o movimento modernista, escola literária que deixou registrado em seu histórico o nome do inesquecível poeta Carlos Drummond de Andrade, que, em 1930, lança sua primeira obra, intitulada "Alguma Poesia".

Foi-se o homem e ficou a poesia, pura e simples como foi o poeta durante toda a sua existência. Drummond faleceu no dia 17 de agosto de 1987, doze dias depois de perder uma das pessoas que ele mais amou na vida, ou talvez tenha sido a que mais amou, sua filha, também escritora, Maria Julieta. Foram os versos mais tristes que ele escreveu: “Não tenho mais futuro, acabou tudo para mim”.

"Ninguém é igual a ninguém. Todo ser humano é um estranho ímpar". Às vezes, esse estranho torna-se tão íntimo de nós que, quando percebemos, ele está nos influenciando de alguma forma, como aconteceu comigo em relação a Drummond. Parte do amor que sinto pela poesia descobri lendo seus versos. Quisera eu, querido poeta, pudesse despertar em meus alunos o gosto pela poesia, de fazê-los ver a vida linda e bela que está por trás das nuvens que encobrem seus sonhos e desejos mundanos, descortinando o mundo, o vasto mundo que um dia você me fez ver.


 

Artigo – 31.10.2011

Franklin

(31.10.1998 a 31.10.2011)

Impunidade LEGALIZAÇÃO

E CONTINUIDADE DO CRIME

Maria Aparecida Alves Meira

(D. Lili, mãe de Franklin)

A Justiça, de um modo geral, é muito morosa e burocrática em todo Brasil e mais ainda em Livramento. Com isso, acaba favorecendo quem tem poder aquisitivo para pagar um famoso advogado que, não importando as evidencias do crime praticado à traição, por um réu confesso, só quer ganhar a causa para a satisfação do seu cliente e fazer jus ao dinheiro suficiente para sustentar sua ganância e presunção. Fazer cumprir o Direito e a Justiça não constitui objetivo primordial desse tipo de advocacia.

A confirmar nosso sentimento e nossas palavras, diante da injustiça, deixando-me ainda mais estarrecida, descrente e com a alma mais dolorida, constatamos que, a despeito da pantomima dos defensores do criminoso, cuja tese de legitima defesa evidenciou-se inconsistente, não houve o obrigatório recurso, por parte do Estado, contra a decisão dos jurados, que deveria ter sido impetrado pelo Ministério Público, encarregado da acusação e de defender a lei e a sociedade.

A impunidade impera e se estabelece, também porque a própria comunidade não se interessa em exigir a justa punição para os criminosos, prefere ser conivente, esquecendo-se dos fatos com o passar dos anos, julgando verdadeiros os absurdos argumentos apresentados durante um julgamento. Há sempre uma inversão dos fatos a favor do criminoso, não importando a vida camuflada que leva. Muitas pessoas não podem apresentar seus depoimentos esclarecedores, muitas verdades deixam de ser investigadas ou narradas no julgamento, porque não constam nos autos. Os próprios jurados temem uma represália. Quem já morreu não vai lhes fazer nenhum mal, mas quem mata pode matar de novo, e, com isso, se submetem às influências e imposições.

No nosso país a criminalidade aumenta e a impunidade domina, pelas falhas das nossas Leis cheias de brechas, que só protegem o crime, estimulando a violência e a banalização da matança. Com a morosidade da justiça em agir o tempo passa, o povo esquece, o caso esfria. A credibilidade nas decisões cai no conceito dos sensatos, dos que procuram a justiça. As conveniências são mais determinantes.

Vivemos numa sociedade hipócrita, inconsequente, onde os interesses próprios sobrepõem-se aos valores, à amizade; onde, no fórum, se observava pessoas que iam e vinham pelos corredores à espera do veredicto como se fosse o resultado de uma eleição. Não esconderam a alegria pela absolvição de um assassino que confessou matar um conterrâneo com uma arma da qual não possuía sequer autorização para usar.

A impunidade gera uma sensação de impotência, de desolação, pois não aponta nenhuma solução justa conforme a confissão do réu. Permite que o assassinato e o uso ilegal de arma de fogo se tornem legalizados. A absolvição de um assassino dá-lhe o direito de tornar a matar, pois homologa o crime praticado. Em nenhum momento, no julgamento, foi ao menos aconselhado: “Não torne a matar! Não torne a usar arma sem o devido porte!”.

Mal se passaram cinco meses da absolvição do assassino de Franklin e outros crimes, por outros autores, se proliferaram em nossa terra, de maneira mais intensa e cruel. Será o cumprimento da previsão da Promotora ao dizer que, caso não se fizesse justiça, o criminoso sairia com carta branca para ele e quem mais quisesse matar?

A nossa cidade, que era tão pacata, com um povo que se considerava parente, unido na hora da alegria e da dor, hoje se vê intranquila, espantada com os últimos acontecimentos. Assassinato em Livramento virou manchete dos jornais. Matam de todo jeito, em todo lugar. Crimes que ficam longo tempo sem solução, afirmando o dito popular: “Quem morre é que perde a vida”.

É uma pena que o Brasil, tantas vezes campeão no esporte, hoje é o campeão em violência e criminalidade. O Brasil que teve e ainda tem tantos poetas, escritores, intelectuais, educadores, esteja, hoje, ocupando os mais baixos degraus da educação.

Só me resta pedir a Deus que proteja e ilumine a nossa sociedade na busca de caminhos para evitar tantos males. Que se unam governantes, religiosos, educadores, líderes comunitários, pais, jovens, enfim, todos os segmentos e encontrem esse caminho. Não devemos nos desanimar e entregar nossa cidade nas mãos dos incautos. Trabalhemos com esperança de dias melhores para Livramento de Nossa Senhora.

Tribunal do Júri de Livramento – 26.10.2011

Acusados de matar empresário de
Rio de Contas têm pena de 14 anos

Sala do Júri do Forum de Livramento, 25.10.2011 (foto cedida pelo site L12)

 

O Tribunal do Júri da Comarca de Livramento de Nossa Senhora, Bahia, condenou a 14 anos de prisão, em regime inicial fechado, Roberto Carlos Silva Fonseca e Marivaldo Pires Pierote, denunciados pelo Ministério Público como responsáveis pelo assassinato do empresário Roberto Fernandez Veiga, que morava e tinha militância política na cidade de Rio de Contas. De acordo com a denúncia, baseada no resultado das investigações policiais, os condenados foram autores do disparo com arma de fogo contra o empresário, em 24 de abril de 2007, em uma sala de um prédio localizado na Rua Miguel Tanajura, em Livramento.

Em razão de complicações causadas pelo tiro, Roberto Fernandez Veiga veio a falecer, durante internação hospitalar, em Salvador, dia 30 de maio, seguinte ao atentado. O crime foi classificado pela Promotoria de Justiça, inicialmente, como duplamente qualificado, ou seja, mediante paga e à traição, sendo enquadrado no art. 121, § 2º, incisos I e IV, do Código Penal, que diz:

§ 2° Se o homicídio é cometido:

I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe;

(...)

IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido;

(...)

Pena - reclusão, de doze a trinta anos.

(...)

As previsões desses incisos (I e IV), chamadas de qualificadoras, elevam a pena mínima de 6 para 12 anos de prisão. Mas, no caso, a qualificadora do inciso I não foi reconhecida pelos jurados, sendo retirada. Ao incluí-la na denúncia, o Ministério Público havia entendido que o crime teria sido de mando. Chegou a ser aberto inquérito policial para apurá-lo, mas foi trancado, na Justiça, pelos acusados. Entre eles estava o então prefeito de Rio de Contas, Evilácio Miranda, contra o qual a vítima, Roberto Fernandez Veiga, fizera graves denúncias, em sessão pública da Câmara de Vereadores, poucos dias antes de ser atingido pelo tiro.

Atuaram no julgamento de ontem, 25.10.2011 (Processo nº 0001031-28.2007.805.0153), o juiz de Direito João Lemos Rodrigues, presidente da sessão; o promotor de Justiça Gustavo Fonseca Vieira; e os advogados de defesa Custódio Lacerda Brito, Mona Lisa Machado Trindade e Eder Adriano Neves Davi. Os defensores, que não conseguiram convencer os jurados com a tese de negativa de autoria, estão recorrendo da decisão e os condenados, que já estavam soltos, vão continuar em liberdade, pelo menos até o julgamento do recurso.

Retrospecto do caso:

Clique nos LINKS abaixo e releia matérias do O Mandacaru, que narram os fatos que teriam resultado no atentado e consequente assassinato do empresário Roberto Fernandez Veiga:

As denúncias>>

Fala na Câmara de Vereadores>>

O atentado>>

A morte>>

 

Favores indecentes – 24.10.2011

Bacelar e Nelson Leal acusados
de fazer “nepotismo cruzado”

Deputado estadual Nelson Leal (PSL).............. Deputado federal João Bacelar (PR)


O deputado federal João Carlos Bacelar Filho (PR-BA), denunciado pela revista VEJA, esta semana, pela prática de desvio de dinheiro público e nepotismo cruzado, praticamente admitiu, segundo reportagem do jornal A TARDE de hoje, que fez uma troca com o deputado estadual Nelson Leal (PSL-BA), para empregar familiares. Os beneficiários, segundo a VEJA e reproduzido por A TARDE, são a mãe e um tio de João Bacelar, lotados no gabinete de Nelson Leal, na Assembléia Legislativa, em Salvador; e a mãe e irmã de Nelson Leal, lotadas no gabinete de João Bacelar, na Câmara Federal, em Brasília.

Segundo A TARDE, a assessoria do deputado João Bacelar informou que o parlamentar prometeu solicitar a exoneração dos parentes acolhidos pelo colega estadual Nelson Leal. Nada foi dito, porém, quanto à situação de Lia Leal e Ana Paula Leal, mãe e irmã, respectivamente, de Nelson Leal. O deputado estadual é filho do ex-prefeito de Livramento de Nossa Senhora, Bahia, Dr. Emerson Leal, também conhecido como “Priquitão”, que acaba de anunciar sua pré-candidatura a prefeito do município, pelo PDT, para 2012.

O mais vergonhoso é que os parentes desses parlamentares não precisam dos empregos e são acusados de não comparecerem aos locais de trabalho. Assim, além do nepotismo cruzado, existe a sinecura. Há nepotismo quando uma autoridade favorece parente com emprego público e sinecura quando não é exigida a presença do beneficiado na repartição. O nepotismo é cruzado quando um político emprega parentes de outro e este, em troca, emprega os daquele, para burlar a lei. Mas, ainda assim, a irregularidade subsiste.

Raízes e Cultura – 24.10.2011

Venilson Alves mostra sua arte

O Projovem Trabalhador do Distrito de São Timóteo, em Livramento de Nossa Senhora, sertão da Bahia, promoverá, próximo dia 30 deste, a partir das 18h, o evento “Arte Brasileira de Raízes e Cultura”. Na oportunidade, o jovem artista plástico Venilson Alves, autor de telas belíssimas, fará a exibição do seu trabalho, havendo, em seguida, um leilão de algumas de suas obras. Ele estudou na Unidade Escolar Barão de São Timóteo e o Projovem Trabalhador convida a todos para prestigiar o talento de mais um jovem e abnegado artista livramentense.

Dinheiro roubado – 24.10.2011

Deputado que emprega família
de ex-prefeito é denunciado
por desvio de dinheiro público

A edição desta semana da revista VEJA denuncia como bilhões de reais são roubados do orçamento da União pelos políticos corruptos, através das famigeradas emendas parlamentares, na Câmara Federal. A matéria despertou atenção na Bahia ao denunciar que um parlamentar do PR baiano, o “deputado João Bacelar faz fortuna com emendas ao Orçamento”, acrescentando que desvendou “o esquema montado pelo parlamentar para se apropriar de verbas públicas”.

Segundo a matéria da VEJA, “Entre 2007 e 2010, João Bacelar - filho de ex-deputado federal, e típico representante do baixo clero da Câmara - teve direito a 43,5 milhões de reais em emendas. Quase metade disso foi destinado a prefeituras do semi-árido baiano, onde estão seus redutos eleitorais. As prefeituras contratavam a Empresa Brasileira de Terraplanagem e Construções Ltda. (Embratec), administrada por Bacelar desde 2006. E o dinheiro ia parar no bolso do deputado”.

E acrescenta: “Além do ataque ao Orçamento, Bacelar lança mão de outros expedientes para lesar os cofres públicos, como o nepotismo cruzado – emprega em seu gabinete parentes de colegas que, por sua vez, contratam os parentes dele em agradecimento -, e a contratação de funcionárias pessoais, que sequer trabalham em Brasília, como se fossem assessoras de seu gabinete”.

Veja a matéria em: http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/deputado-joao-bacelar-faz-fortuna-com-emendas-ao-orcamento-da-uniao

Entre os favorecidos com os expedientes de João Bacelar estão a esposa e a filha do ex-prefeito de Livramento de Nossa Senhora, Bahia, Dr. Emerson Leal, conforme pode ser constatado no próprio site da Câmara Federal. Sobre o assunto, O Mandacaru divulgou, em 09.05.2011: “Os nomes de Maria de Lourdes Souza Leal e Ana Paula Souza Leal, respectivamente, filha e esposa do ex-prefeito de Livramento de Nossa Senhora, Bahia, Emerson Leal, estão na página “Recursos Humanos” do link “Transparência”, do site da Câmara dos Deputados, como funcionárias do gabinete do deputado federal João Carlos Bacelar, na função de Secretário Parlamentar”.

Clique aqui para rever a matéria>>



Artigo – 23.10.2011

A nossos meninos e meninas!

Por Raimundo Marinho

Jornalista

Sentimos falta de mais colorido jovem na vida da nossa cidade de Livramento. É como se meninos e meninas tivessem perdido o tônus vital e a virilidade, como se vivessem por viver! Chegou a hora de se saber onde eles estão, o que fazem, quem são, que sonhos acalentam, que dificuldades enfrentam! Na verdade, foram alijados pelo sistema sócio-político cada vez mais inumano que nos governa.

Na falta de ambientes adequados, se educam por si mesmos, de forma deturpada, como se fossem todos de rua (um tema à parte). Muitas vezes, a deformação começa em casa, pelo excesso ou pela carência material. Assim criados, deseducadamente, tendem a se tornar indivíduos desumanos, afetados pelo materialismo e ignorantes do verdadeiro sentido da vida.

Não aprendem nada sobre organização social e vida comunitária justas. Não recebem a devida orientação espiritual, afastando-se da correta e suficiente concepção de Deus. Por conseguinte, não distinguem divindade de humanidade, nem alma de matéria. Muito menos são informados sobre a versão lógico-materialista dessas realidades. Orientam-se apenas pelo impulso natural, animalesco.

Não conhecem Castro Alves, têm vaga noção de Pedro Álvares Cabral e confundem Jesus Cristo com alguém, do tempo dos seus pais, que tirava cisco do olho das pessoas. Na escola, durante as provas de Língua Portuguesa, por exemplo, vogal vira consoante, artigo é palavrão indefinido e verbo é definido como “qualé, professora, pra que serve isso?”. A nota baixa é festejada com uma infeliz algazarra.

Não há exagero em se achar que, no Brasil, a prática política se tornou algo sórdido. Isso é só o mínimo, pois entre as piores das suas nefastas mazelas está o abandono dos nossos meninos e meninas, espelhos do nosso futuro. Além de roubada, a beleza está violentada, sob a ameaça de, um dia, se ver na miséria, no espelho quebrado de uma cadeia ou afogada na química das drogas!

Os meninos ricos aprendem a ser ricos, arrogantes, prepotentes e desumanos. Poderia significar, também, corruptos, aproveitadores e ladrões. Aos pobres restariam o aprendizado da submissão, da marginalidade e o etiquetamento, para gáudio dos escreventes de teses sociais e criminalísticas. Então, lembro-me, mais uma vez, do “O Horror Econômico”, de Viviane Forrester (Editora UNESP, 1997).

Depois que se tornou evidente que os que mais roubam são os ricos, a palavra “ladrão” virou chique, migrou para o topo da pirâmide social, não precisa mais do timbre “colarinho branco”. Só falta, agora, achar um título para o “ladrão” de galinha. O mais espantoso é que a sordidez passou a dar status, enquanto a honradez tomou ares de vilania, burrice e discriminação. Ser honesto é ser otário!

É isso que estão ensinando aos nossos meninos e às nossas meninas. Então, imaginemos: “Como será o mundo de amanhã, quando esses meninos e meninas estiverem pondo em prática o que lhes estão ensinando hoje, seja pela ação ou pela omissão?” Então, parodiando Jesus, haverá muita dor e ranger de dentes! Será que pais e mães, professores e professoras estão se dando conta disso?

Haveria diferença entre pais que ignoram o traje sumário que a filha adolescente exibe nas ruas ou a bermuda desleixada do filho, quase a mostrar as nádegas, e educadores que só trabalham por uns míseros trocados? Claro que separo, aqui, os verdadeiros “missionários da educação”, que, graças a Deus, ainda existem, daqueles que, mesmo sabendo que nada sabem, se arvoram a ensinar e a educar.

Por essa razão é que necessitamos da geração rebelde, da reação dos que ainda não perderam a capacidade de indignação. Vivemos em Livramento como se entre nós não existissem jovens! Boa parte da gestão escolar, na sua maioria, tem mando político, interessada apenas em manter o status a que se ascendeu por apadrinhamento, sem qualquer esforço intelectual nem preparo técnico.

Maria Montessori, 1870/1952 (foto Google)

É inapta, portanto, para guiar os jovens ao destino natural de provocar mudanças, dar azo à rebeldia, à virilidade e à tonicidade de suas almas e suas mentes, de se formarem por inteiro, de modo livre e vivencial, como ensinava a grande Maria Montessori. Quantos de nossos dirigentes educacionais já ouviram falar dela? Quantos de nossos professores já leram sua biografia?

Que sabem nossos governantes de generosidade, de humanidade, de humanismo, de Deus, de Jesus Cristo? Qual deles saberia distinguir o caráter religioso do prático e filosófico dos ensinamentos de Jesus? Quando Ele ensinou, por exemplo, o conceito de Deus-Pai e todos nós como Filhos de Deus, quis expandir o sentimento de família, para garantir a paz global e individual e preservar nossa humanidade.

Ele sabia da tendência egoística do ser humano a se fechar e se proteger dentro da família, sem capacidade de criar e viver em um conglomerado familiar, por exemplo. Isso se evidencia na forma de sociedade que temos hoje, seletivo, genérico, que poucos compreendem e não vem dando certo. “Que vos ameis uns aos outros. Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos” (João, 13: 34-35).

Mas a concepção de família, mesmo aos trancos e barrancos, ainda que egoisticamente, tem funcionado. Então, se tivéssemos a visão e o sentimento da grande família, ligadas a um Deus-Pai, seria mais fácil compreender o significado de fraternidade, tolerância, generosidade, união, amizade e de proteção mútua. Nosso senso de justiça, lei e ordem está deturpado, precisa ser recuperado.

Se assim não passarmos a nos vermos, a dispersão continuará, os fratricídios continuarão e a miséria humana se alargará, cada vez mais. Urge, assim, que ensinemos aos nossos meninos e meninas o verdadeiro sentimento humano e a prevalência de Deus, a partir do que Jesus Cristo nos ensinou, independente de picuinhas e limitações religiosas, políticas, sociais ou filosóficas.

A juventude tem de ser ensinada, dentro da grandeza humana, a encontrar o sentido da vida, a partir da realidade fraterna e da nossa igualdade como espécie animal, de certa maneira privilegiada, em cuja origem e princípio há, inegavelmente, um fundamento muito inteligente, que, à falta de denominação melhor, decidimos chamar de Deus, ainda que sujeito às discordâncias.

Mas, se a idéia de Deus significar rejeição à proposta de união e paz, que ela seja, então, substituída pela idéia de nós mesmos, como entes beneficiários da harmonia e de tudo de bom que a Terra oferece, jamais para nos odiar e nos matar. Aliás, matar vem se tornando corriqueiro em nossa Livramento, mostra da deterioração a que chegamos. E isso, tenho certeza, não é culpa de Deus!

O que Jesus Cristo ensinou pode, perfeitamente, ser desvinculado, não somente da religião, mas também do próprio conceito de Deus, contanto que sirva para se alcançar a paz entre os homens. Pois o ensinamento cristão prega, em grau de prioridade e de superioridade, o amor recíproco e incondicional. Pense, então, nisso, quando olhar para cada menino e menina que ver em nossas ruas.

Aos nossos meninos e meninas, peço: estudem, sobretudo, estudem sempre e muito. Não se deixem guiar pelos ignorantes e lembrem-se que a vida tem um sentido e encontrá-lo é o grande desafio de cada um, na alegre gincana do nosso viver!

Patrimônio – 19.10.2011

CASARÃO RECUPERADO

As duas casas geminadas, que formam o casarão colonial da antiga Fazenda Coqueiros, em Livramento de Nossa Senhora, Bahia, foram reformadas pelos atuais ocupantes. Uma, pertencente ao DNOCS, está ocupada por particulares, mas a outra ainda pertence aos donos originais, através dos herdeiros. Clique aqui e leia mais

Artigo – 19.10.2011

Livramento Street: Poder e Cobiça

Por: Zeferino Neto

zifaneto@gmail.com

Wall Street - Poder e Cobiça, é um filme dos Estados Unidos, realizado em 1987 por Oliver Stone. O filme mostra os bastidores do mundo dos grandes negócios da década de 1980, seguindo um ambicioso e jovem corretor da bolsa, Buddy Fox (Charlie Sheen), que sonha em conhecer o seu ídolo, Gordon Gekko (Michael Douglas) um milionário ganancioso e frio, que ignora os sentimentos quando se trata de negócios. Quando surge essa oportunidade, Fox vê-se atraido para o mundo altamente lucrativo das negociações a partir de informações privilegiadas . Após alguns negócios, Bud consegue adquirir o estilo de vida sempre desejado, e acaba por se envolver com uma crítica de arte, que já tinha tido um caso com Gekko. Porém, Bud acaba por descobrir que o preço a pagar por esta ascensão meteórica é demasiado alto, afetando não só a sua consciência mas também seu estilo de vida, pois corre o risco de ser preso.

O filme evidencia a busca pelo mito, entendido como a ascese capitalística representada pelo acúmulo de riqueza e poder nas mãos de poucos e seletos indivíduos, através da valorização da ganância e da cobiça. (WIKIPÉDIA).

A pergunta que não quer calar, o que isso tem haver com Livramento de Nossa Senhora? Eu respondo, tudo e mais um pouco.

O que irei descrever em seguida não é ficção, mas sim fatos e contra fatos não há argumentos. Há anos Livramento de Nossa Senhora vem caminhando para um verdadeiro mercado negro, onde as amizades não acontecem mais naturalmente muito menos gratuitamente, elas são comercializadas. Hoje em dia um simples aceno de mão é feito com segundas intenções.

Lembro-me de ter visto nesse site um email de uma conterrânea no qual ela perguntava: “por onde andava a gentileza nessa cidade”? Eu acredito que esteja em falta nas prateleiras, e em seu lugar vem sendo comercializada a apatia.

De uns anos pra cá Livramento vem exportando não só manga mas também canalhice, e olha meu amigo, como vem prosperando esse mercado!

Ano que vem é ano de eleições, o ano que nós iremos escolher o nosso novo governante, mas nós devemos começar a refletir sobre isso para ontem, devemos ter muita cautela em nossa escolha para o novo administrador de nossa cidade. Temos dois grupos em Livramento que estão se digladiando há anos com um único e exclusivo objetivo, meter a mão na casa Mãe (que é a nossa prefeitura). Esta tem sido vista por esses grupos como ações da bolsa de valores. Ali não existe consciência social, mas sim comercial.

Gostaria muito de ver toda a ala jovem, força jovem livramentense, se unir com o objetivo de banir, para o mais completo ostracismo, esses grupos de carcarás travestidos de político. Mas apesar de tudo isso, fico feliz em ter a certeza que os homens e mulheres de bem nessa cidade são maioria. Mas, ao mesmo tempo, eu acabo desmanchando o sorriso no rosto quando lembro que há anos uma minoria vem conseguindo acorrentar essa maioria. Como é o caso dos EUA e a selvagem discrepância entre a sua população (menos de 5% da população mundial) e seu consumo (25% dos recursos energéticos disponíveis), sem contar como esse país vem ditando as regras para todo resto do mundo. Mas já seria ótimo se começássemos por Livramento, a buscar a tão sonhada igualdade social.

Gostaria de corroborar com o texto do jornalista Raimundo Marinho, onde ele clama por uma rebeldia “que não aceita subjugação”, parafraseando István Mészáros, autor de uma grande obra chamada Para além do Capital: “Só um vasto movimento de massas radical e extraparlamentar pode ser capaz de destruir o sistema de domínio social do capital. Somente um movimento socialista de massas tem condições de enfrentar o grande desafio histórico que nos espera no século decisivo à nossa frente”.

Finalizo te parabenizando, caro Raimundo Marinho, por ter lembrado nesse seu texto Precisamos da geração Rebelde, a figura de Cristo, que naquele tempo, ao invés de ter ficado em porta de bar, ou correndo atrás de micareta, pisou o pé e chamou todo o exército romano pro pau. Um verdadeiro rebelde socialista.

Resposta – 18.10.2011

A ameaça do filho do prefeito

O filho do prefeito de Livramento de Nossa Senhora, Bahia, Roberto Lucas Spínola Souto, fez divulgar em blogs da região (Achei Brumado e L12, este de Livramento) uma ameaça de processo ao jornalista Raimundo Marinho, do O Mandacaru, acusando-o de fazer propaganda eleitoral antecipada, em comentários que divulga.

Não é preocupação do jornalista ou deste site estabelecer polêmica em torno do fato. Mas, diante da repercussão que tenderia a ter e considerando a natureza deste veículo de comunicação, não poderia furtar-se a se manifestar, principalmente em atenção aos leitores. Resguarda, porém, as considerações jurídicas para eventual contraditório em juízo.

Mas antecipa que o jornalista não se declarou candidato a nada, condição exigida para haver caracterização de propaganda eleitoral extemporânea. A promoção e publicidade pessoais aventadas na acusação são inerentes, se ocorrerem, ao mister da atividade jornalística, não sendo novidade e muito menos direcionada à uma candidatura ou eleição específica.

Roberto Lucas é o filho mais novo do prefeito Carlos Roberto Souto Batista, muito conhecido na cidade de Livramento e nunca suportou as críticas e comentários desfavoráveis à administração do seu pai feitos pelo jornalista. Sempre nutriu o desejo de processar e calar o veterano repórter, independente do mérito das críticas feitas.

Certa vez, declarou que se ele fosse o prefeito já teria movido mais de 10 processos contra o jornalista, revelando um estilo democrático e de respeito à liberdade de expressão carente de melhor análise psicológica. Então, nenhuma novidade no que acaba de declarar. Se efetivamente ingressar com o tal processo, será uma ótima oportunidade de se abrir um contraditório efetivamente útil.

Não obstante, para o leitor mais distante poder melhor visualizar a questão, cabe sejam aqui relembrados alguns fatos. O trabalho do jornalista é transparente, destemido, tem autoria conhecida e é admirado. E isso é suficiente para que enfrente, de cabeça erguida, eventuais investidas dos falsos democratas. Portanto, a instância judicial é o local apropriado para se buscar a verdade.

O filho do prefeito, que mora em Salvador, passeia em Livramento e ainda encontra tempo para manter um emprego fixo e full time em um gabinete parlamentar de Brasília, ironicamente, terá de processar, também, o próprio pai, igualmente por propaganda eleitoral antecipada e, talvez, por improbidade. No mesmo blog (Achei Brumado) em que o filho publicou a ameaça ao jornalista, o pai, prefeito, declarou, referindo-se à eleição de 2012, o seguinte:

(...) houve uma antecipação na disputa eleitoral, o que pode ser salutar, pois os nomes que são postos passam a trabalhar as suas candidaturas (...). Em Livramento, já tem vários nomes postos e (...) temos dois nomes: o Ricardinho, que já vem de algum tempo, e também o Dr. Paulo (...). Estamos trabalhando para fazer um sucessor, não será uma eleição fácil, mas estamos trabalhando para isso”. (para ver na íntegra, acesse: http://www.brumadonoticias.com.br/v1/2011/10/15/2012-carlao-confiante-em-livramento/)

Há muito mais coisas a serem ditas, pelas quais, o jovem poderia também processar o pai e mais gente, se quiser, do governo do qual faz parte. Fica para uma próxima oportunidade. Mas ele já teria muita ocupação administrando os cerca de 20 processos contra o prefeito, na Justiça Eleitoral, inclusive o que cassou o seu mandato por captação ilícita de sufrágio, a popular compra de votos, estando em fase de recurso.

Edital do SPEL – 17.10.2011

Assembléia geral extraordinária

Clique aqui e leia edital de convocação para a Assembléia Geral Extraordinária do Sindicato dos Servidores da Rede Pública Municipal da Educação Básica do Município de Livramento de Nossa Senhora, Bahia, a ser realizada, às 9 horas do próximo dia 05.11.2011, no Centro Pastoral Paroquial, na cidade de Livramento.

 

Comentário – 16.10.2011

Somos gentes e não
dançarinas eleitoreiras!

Por Raimundo Marinho

Jornalista

À luz de agora, é razoável prever que Carlos Batista fará sucessor em 2012. Não é um desejo de quem analisa, mas resultado lógico da observação do quadro político local. Equivale a dizer que seu candidato é favorito. Nada de especial, porém, a não ser ter como cabo eleitoral mais eloquente, ainda que pareça paradoxal, a própria oposição.

O estilo imperial de Emerson Leal, genuíno herdeiro sertanejo do jeito carlista de ser, castrou a formação de bons quadros, do que padece o auto-proclamado pré-candidato da corrente, vereador Paulo Lessa. Ele tem sido obstinado e acha que tem as qualificações exigidas, mas é veladamente desconsiderado pelo cacique.

Primeiro, surgiu o mano Laudelino Leal, aparentemente para minar o pupilo teimoso e perseverante, mas restou frustrado. O “Priquitão” gaguejou ao ser perguntado se o vereador era o candidato do grupo, afrontando-o ao dizer que a escolha seria democrática e gracejou ao dizer que até os jornalistas poderiam se apresentar.

Recentemente, Emerson lançou a si próprio, sob os aplausos de saudosistas e a reprovação dos que preferem a abertura para novas lideranças. E será que Lia leal, com mais de 10 mil votos na eleição anterior, voltará? Seria histórico: Leila versus Lia. Mas do jeito que tem se comportado o destino da oposição inclina-se para a derrota.

De Gerardo Azevedo Júnior (PT), os que querem a alternação no poder aguardam acenos de esperança, mas se desconhece lance conhecido capaz de convencer que ele sabe jogar politicamente. Não tem postura oposicionista suficiente para encantar o eleitor que sonha, por exemplo, com uma terceira via.

Nem mesmo percebe que vacilações e almoços escondidos com virtuais adversários não são bem vistos pelo eleitor. Carlos Batista e Emerson Leal caberiam, suavemente, na tradicional configuração ideológica petista de espectros de belzebus políticos. Seria uma mistura que contrariaria as leis da química. Waldir Pires fez isso, em 1986, ganhou, com ampla margem, mas sua gestão foi um fracasso.

Dizer que a bagunça no ninho do Priquitão é estratégia soa tão simplório quanto acreditar que Carlão se arriscaria a perder a chance de fazer o sucessor, pelo pudor de achar que Paulo Azevedo poderia apunhalá-lo, depois de eleito, e preferiria o sorridente Ricardinho, conhecido como “homem do dinheiro”, mas ainda sem densidade eleitoral.

Tudo que interessa ao paraibano, que adotou Livramento, é ser o “Lula do Sertão”, escolhendo o ícone certo e mantendo unido o voraz grupo financeiro que o sustenta politicamente e de quem se tornou refém. Foi eleito, reeleito e lutará para fazer o sucessor e tem à disposição, para escolher, Leila, Paulo Azevedo e Ricardinho (ordem alfabética).

No caso, a tendência das pesquisas prévias é dar Paulo Azevedo na cabeça. Mas, para ser verdadeiro “Lula Sertanejo”, Carlão teria o desafio de apostar em uma mulher. Todavia, como “ex” é sempre “rei morto”, substância fluida que os punhais não atingem, haverá de dizer “por que correr riscos, se o que importa é o feito histórico?”

Em outra cena do nosso processo eleitoral, a oposição sonha com o retorno à corte, embora nem mesmo tenha uma identidade. Sequer definiu quem vai liderar o grupo, se o vereador Paulo Lessa, se Emerson Leal ou se Gerardo Júnior. O processo já está bastante adiantado e eles ainda nem se conhecem.

Basta perguntar: quem é o pré-candidato da oposição: Paulo Lessa? Laudelino Leal? Lia Leal? Nelson Leal? Gerardo Júnior? Outro? Não foi definido. Desestruturados, além do risco de perder a eleição para prefeito, poderá perder, também, vagas na Câmara de Vereadores.

Diferentemente, na situação há pelos menos dois pré-candidatos sendo trabalhados, como oficialmente admitiu o líder: Paulo Azevedo e Ricardinho. Leila seria o quarto elemento, surpresa. Tudo sob as bênçãos dos barões da fruticultura, que, certamente, vão repetir: “gastaremos o que for necessário para Emerson Leal não voltar”.

E O ELEITOR? Voltamos a dizer que o eleitor também deve montar suas estratégias, com novas visões de escolha. Se os candidatos são esses, vamos empurrar para cima deles nossas exigências e esperar qual deles provarão ser mais aptos a nos atender. Não podem ser com sacos de cimento, tijolos, cestas básicas, remédios, bolsas de estudo, caixas d’água, canos de irrigação.

Queremos programas de moradia, vagas de emprego, hospital, escolas decentes e educadores valorizados e bem preparados. Vamos entrar nos debates, nos quais espero estejam estudantes, educadores, religiosos, sem terra, trabalhadores, advogados, garis, médicos, comerciantes, comerciários, enfim, os que não concordam com a corrupção e as más administrações.

Temos de enxergar o horror em que vivemos, na educação, na saúde, na segurança, nas ruas da nossa cidade, no meio ambiente e em face da miséria que nos aflige, quase 90% da população. Temos de lutar por soluções. Se os políticos querem um emprego, vamos exigir que trabalhem e sejam nossos empregados, de verdade.

Vamos deixar de ser meras dançarinas eleitoreiras. Temos de reverter o feitiço do tempo! Vamos formar o bloco da reação saudável, da rebeldia da causa humana, dos que acreditam em Deus e adotam os ensinamentos de Jesus Cristo, pois “Livramento é de Nossa Senhora”. Sugestão para nome do bloco: “A esperança dos que acreditam!”.

Dia do Professor – 15.10.2011

Professor em Livramento!
Uma profissão rumo ao desuso!

Por Jussara da Silva Fernandes (*)


Professor, mestre, educador, docente, ensino, profissão, reconhecimento, sensibilização, direito, qualificação, salário digno, plano de carreira, educação, Jussara, professora, missão, regência, status, papel social, pedagogia, seminário, sindicato, faculdade, especialização, conhecimento, salas de aula, recurso, aluno, educando.

Se perguntarem a você: “Gostaria de ser professor?”

Um eco de nãos deixaria de luto nossa audição. Mas ainda encontraria as crianças inocentes a dizerem um sim. “Quando crescer, quero ser professor”. Então, ainda há tempo de se fazer valer essa árdua e tão decisiva profissão. Vamos realizar o sonho de nossas crianças. E dizer um SIM! Sim a essa profissão, Professor, mãe das profissões.

Então eu, Jussara da Silva Fernandes, mister professora por natureza, venho, neste dia célebre, 15 de outubro, o Dia dos Professores, lançar um canto de Socorro. Você, pegue esse canto e lance a outros. Como os galos, que, nas madrugadas, o primeiro, com seu canto, anuncia o amanhecer; o segundo repassa esse canto e lança a outro, levando-o, sucessiva e orquestradamente, a tantos outros galos, que o leva às alvoradas do mundo, numa encantadora e harmoniosa sinfonia.

Neste artigo, convido você, educador, governante, aluno, sociedade... a se sensibilizar com essa profissão: Professor, Mestre, Educador, Pedagogo... O que se sabe é que “banalizaram” nossa profissão, nossa tarefa, nosso papel social. Mas ainda há tempo, você precisa exigir da sociedade seu direito, como diz nosso célebre colega e amigo sindicalista Givanildo Rocha, “não estamos aqui para pedir, estamos, sim, para exigir nossos direitos, enquanto educadores”.

Como diz a professora doutora em educação da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Nalei Farenzena, “Não estamos satisfeitos com a educação de hoje: esperamos muito mais, mas, para isso, precisamos de políticas públicas mais ousadas do que as que temos”. E a educação só melhora com o reconhecimento do professor.

E reconhecimento vem, dentre outras coisas, com salário digno, que faz brotar nos educadores o prazer de ensinar, orientar e mediar o conhecimento. Reconhecimento é criar projetos que dêem oportunidade de melhoria em sua prática, seminários, faculdades, como diz o tão conceituado colega amigo professor Salvador Luiz Santos, “Precisamos de Práticas Seminaristas, que oportunizem, a nós educadores, ministrar palestras para os próprios colegas. Assim, estarão se qualificando, se auto avaliando até que ponto estão aptos a ensinar e buscar a melhoria enquanto docentes, afinal precisamos saber educar, pois o fruto do futuro dependerá da semente que espalhamos no hoje”.

Reconhecimento é a Secretaria da Educação infiltrar nas escolas de nosso município coordenadores pedagógicos, no rigor da profissão, que, de fato, assessorem, acompanhem, orientem nossos professores... Reconhecimento é proporcionar aos nossos educadores oportunidades de usar em salas de aula recursos apropriados para o atendimento das necessidades dos educandos, na era digital. Reconhecimento é, ainda, trabalhar oficinas de terapias, sob orientação de psicólogos, para entender e guiar nossos educadores.

O que me conforta é que ser professor é uma bênção divina, a gente sente nos olhares dos educandos; o gozo do prazer da conquista do saber, induzido por nós, professores. Mesmo que a sociedade queira acabar com seus sonhos, dê um stop nas ameaças e lute pelos seus educandos. Eduquem no hoje, como se não existisse o amanhã . Viva! Se for professor de história, mergulhe no passado histórico, para revivê-lo no presente. Se ensinar geografia, saia das salas de aulas, leve os alunos para ver e sentir a diferença entre uma planície e uma montanha.

Se ensina Inglês, converse com seus alunos, usando esse idioma. Se professor de Matemática, trabalhe questões voltadas para a realidade dos alunos. Destrua o mito de que Matemática é bicho de "sete cabeças". Se ensinar Português, use suas próprias vivências, dando coesão e coerência ao texto que escrevem.  Ensina Ciências, temática "órgãos dos sentidos", leve o educando a sentir com a função de sua própria língua o ardor do limão. Em Artes, seja um palhaço, pintor, ator, malabarista, um verdadeiro artista.

Você Professor, mergulhe dentro de si e faça transcender o que melhor sua alma tem a oferecer. Busque uma didática prazerosa e contextualizada, que leve  seus educandos a sonhar em ser um professor. Seja inovador dessa imaculada profissão.

E mais: seja um professor reconhecido. Exija seu Plano de Carreira, um plano decente, que inveje essa gente. Afinal você é, sim, um cidadão semeador da educação. E, hoje, 15 de outubro, nosso Dia, com muito prazer, é preciso fazer mister essa profissão.

É isso aí professor, grande cidadão. Seja um doutor na educação.

Parabéns professores!

(*) Jussara da Silva Fernandes ou Professora Sarah, como gosta de ser chamada – quem é?

Ela mesma responde:

Sou Jussara da Silva Fernandes, nascida em Brejo da Boa Esperança, “oeste" de Livramento. Resido em Itanagé, leciono na Unidade Escolar "Dr. Nelson José Leal", desde 1993, com grandioso orgulho. Sou neta, sou filha, sou irmã, sou sobrinha, sou colega, sou amiga, sou esposa, sou mãe, sou tia, sou sindicalista, sou o que sou, dependendo do papel social que estou exercendo. O que sei é que sou, na totalidade de minha existência, o status social que ocupo. Hoje, nesse instante, sou uma professora, com imaculado orgulho, expressando, nas entrelinhas desse artigo, minhas inquietações sobre  Ser Professor... Insatisfeita com o salário, mas me delicio com o gozo do reconhecimento de meus educandos.

 



Comentário – 13.10.2011

Precisamos da geração rebelde

Por Raimundo Marinho

Jornalista

 

Não importa o regime político e governamental em que viva, a pessoa será sempre escrava se aceitar imposições no seu modo de viver. Na maioria das vezes, a pior escravidão é aquela que, por qualquer circunstância, o indivíduo impõe a si mesmo. Nesse sentido, muitas coisas podem moldar e determinar o comportamento animal, incluindo os seres humanos. Mas destaco o condicionamento, a conveniência e a subjugação como as mais usuais.

Alerto que, para se entender o que se lerá a seguir, é necessário que se compreenda o significado das palavras acima grifadas. Assim, é aconselhável que, antes de continuar a leitura, dê uma olhada, ainda que rápida, no dicionário ou no Google, se preferir. Recomenda-se isso até mesmo, a título de revisão, a quem imagina já saber o que elas significam. Aliás, uma das maravilhas da leitura é o enriquecimento do vocabulário.

Todo mundo, ou quase, conhece a história do elefante do circo que, de modo aparentemente intrigante, é preso por uma corda a uma estaca, das quais, pela sua força descomunal ou mesmo pelo seu peso, ele poderia facilmente se libertar. E, então, por que não faz isso, já que todo animal anseia pela liberdade para a qual nasceu? Seria por amor ao dono do circo ou ao amestrador? Certamente que não, pois o processo de adestramento costuma ser cruel e doloroso para o animal. Então, seria por medo? Provavelmente!

Mas o que os especialistas explicam é que, assim que nasce, o elefantinho é atado a uma estaca, por uma corda grossa, para que não fuja. Acrescentam que ele passa o início da vida, instintivamente, tentando a fuga, mas, por ser um bebê, não tem força suficiente para romper a corda nem arrancar a estaca. Com o tempo, ele se acostuma e acaba se convencendo de que não conseguirá sair dali e se condiciona àquela vida escrava, a ponto de se sentir preso até mesmo se estiver atado por um simples barbante, em um frágil cabo de vassoura.

Nesse ponto do texto, o leitor já concluiu, facilmente, que, ao caso do elefante, podem ser aplicados os significados de duas das palavras mencionadas: subjugação e condicionamento. Deve ter percebido, também, que a terceira, conveniência, é mais aplicável a outro tipo de animal, o ser humano. Tenho certeza, ainda, que o leitor chegou à conclusão de que conhece alguém, ou ele mesmo, submetido à todas ou a uma das três possibilidades.

Somos subjugados, quando imaginamos não ter força suficiente para vencer uma força que nos parece maior e a ela nos submetemos. Somos condicionados, quando pensamos que não podemos fazer, saber, ter ou ir além do que já fazemos, sabemos, temos e, principalmente, podemos. Ocorre a conveniência, quando criamos razões pessoais, geralmente egoístas, para manter uma situação que nos favorece, independente de prejudicar ou não a terceiros.

Tudo isso, temos certeza, o caro leitor vê acontecer, a todo momento, em sua volta. E o que poderia se contrapor a isso? É a isso que necessitamos, com alguma urgência, responder. Para mim, a contraposição deveria ser a liberdade, o exercício da vontade livre de todos os cidadãos, o acesso a todo conforto que a vida moderna oferece, o gozo da dignidade humana, na plena vigência e supremacia do interesse público, da harmonia e bem-estar coletivos.

Talvez esse tenha sido o mais longo prolegômenos (= introdução) que já escrevi, somente para dizer que é sob o jugo daquelas palavras que vivemos, politicamente, em nossa comunidade. Ao elefante não foi dito que poderia sair caminhando, tranquilamente, sem muito esforço, e aquela corda seria rompida e a estaca a que está amarrado seria arrancada, pois nada representam diante da força do animal.

O mundo se abre, a quem deseja enxergar, para uma nova realidade, na forma do que ensinou Jesus Cristo, que nos olha assim como olhamos para o elefante do circo, absurdamente preso a uma estaca da qual poderia facilmente escapar, já que lhe foi dada força para tanto. Quero que apliquem, os caros leitores, esse pensamento ao momento político da nossa comunidade. Temos informações suficientes, graças aos meios de comunicação que surgiram entre nós, das mazelas em que vivemos e das possibilidades de superação que estão ao nosso alcance.

Apesar de faltar um ano para a eleição municipal, já existe um processo eleitoral em marcha. Vozes e pensamentos estão se levantando, se explicitando. Tudo que temos de fazer é ficarmos atentos, para descobrir que autores e quais as idéias e os pensamentos que podem nos fazer compreender e acreditar que vão nos permitir ter aquilo de que necessitamos. Já conhecemos a corda que nos escraviza, só precisamos, agora, exercitar a consciência da força que temos, para despedaçar a estaca que nos prende.

Por ora, basta a compreensão e o entendimento de que as mazelas que hoje nos atormentam foram construídas em passado não muito distante, quando quem deveria fazer não fez o que era para ser feito. É hora da geração nova, que acredita – geração rebelde (que não aceita subjugação), sem condicionamento e sem conveniência – assumir a liderança dos destinos de Livramento. Mas é necessário se esposar na esperança dos que acreditam, os quais têm Jesus Cristo como guia e como referência incondicional!



Livramento 100 anos – 13.10.2011

Que vamos comemorar
no centenário de nossa
emancipação política?

Por José Maria de Jesus (*)

Será que seria pedir demais que nossa cidade pudesse voltar a ser uma cidade mais tranquila e sem violência?

Será que seria pedir demais que a lagoa da estocada fosse despoluída e passasse a ser um local de lazer para toda comunidade livramentense?

Será que seria pedir demais que o rio Taquari voltasse a ter água limpa, com peixes pulando de um lado para outro, com pessoas fazendo piqueniques nas suas margens, com crianças alegres se refrescando e tomando banho?

Será que seria pedir demais que o rio Brumado passasse a ter bastante água limpa onde as pessoas pudessem beber sem medo de se contaminar?

Será que seria pedir demais que nossos jovens não usassem drogas na ilusão de que serão mais felizes?

Será que seria pedir demais que as autoridades olhassem mais pela qualidade da educação nas escolas públicas, excluindo os falsos educadores?

Será que seria pedir demais que nossos patrimônios arquitetônicos fossem restaurados e transformados em locais para disseminação da cultura e da arte?

Será que seria pedir demais que nossa cidade tenha um hospital público que sirva de referência para cidades vizinhas?

Será que seria pedir demais que os politiqueiros mintam menos e cumpram as promessas feitas em campanhas eleitorais?

Será que seria pedir demais que os governantes olhem mais para as pessoas de baixa renda que moram em bairros distantes do centro da cidade?

Será que seria pedir demais que o balneário Dr. Edilson Pontes seja revitalizado, reformado e passe a ser um local natural de lazer com água limpa?

Será que seria pedir demais que todos que pensam em se candidatar a algum cargo público reflitam e decidam o que poderá realmente cumprir e o que não poderá, depois que for eleito?

Só sei de uma coisa, que fazer o impossível só Deus pode, mas, se cada governante aplicar bem os recursos públicos, muito poderá ser feito. Temos 10 anos pela frente para mudar o rumo em que está indo nossa Livramento querida. E não gostaria mais de fazer poesia falando do que acabou, mas do que retornou e do que melhorou.

É preciso desenhar um futuro melhor, com pessoas interessadas em realmente ajudar no progresso de nossa cidade e não em “meter a mão no dinheiro público para se fazer”, como dizia o personagem de Chico Anísio, Justo Veríssimo.

Quando quiser fazer algo de bom, pense positivo e vá em frente, tentando realizar seus desejos. Não é fácil, mas com esforço poderá conseguir. Talvez muitos de nós não estaremos vivos no ano de 2021, mas quem viver verá se melhorou ou piorou.

(*) Professor e diretor do Colégio Estadual Edivaldo Machado Boaventura, em Livramento de Nossa Senhora (BA)




Livramento 90 anos – 13.10.2011

Virtudes que dignificam Livramento

Por Jussara da Silva Fernandes (*)


Paro, penso e expresso dignificando Livramento

Para isso uso o mais puro sentimento

Uso amor, amor a essa terra natal

Que se formou por bandeirantes a partir de um “arraial”


Arraial surgido com a febre do ouro

Elevado a categoria de vila, como um tesouro.

Foi Livramento de Nossa Senhora das Minas de Rio de Contas.

Também foi chamado de Vila Velha de Brumado

Porém, amado, idolatrado, dignificado.

Por fim, foi firmado de Livramento de Nossa Senhora.

Abençoada por ela a cada hora


Devido ao seu crescimento foi emancipada

A seis de outubro de 1921

Data que é lembrada por cada um

Cada filho que sente sobre seus pés

O suave toque de sua terra natal


Livramento terra da manga e do axé

Que tem o povo feliz e com fé

Fé no político Priquitão e também no político Carlão,

Fé na educação, fé na agricultura,

No projeto de irrigação


Para que os Livramentenses progridam

Bastam pensar, agir e acreditar

Que é preciso sonhar


Verde, amarelo, marrom, branco e azul.

São as cores de sua bandeira

Que retrata o povo de leste, oeste, norte e sul


Ah! Linda Livramento de Nossa Senhora

Como gostaria nesta hora

De ser o Sol para tocar todo o teu corpo

Aquecer as águas da tua cachoeira Véu de Noiva

Iluminar a torre do Bom Jesus

Maior monumento do Brasil em forma de cruz.


Já que não posso ser o sol

Serei apenas tua filha

Que te tenho como mãe querida

Para te parabenizar e homenagear

Pelos teus 90 anos de emancipação

Que brilham dentro de cada um de nós,

Dentro do meu coração.


(*) Pedagoga pela UNEB-2000, pós graduada em Séries Iniciais do Ensino Fundamental e Educação Infantil pela Facinter e professora da Escola Nelson José Leal, do Distrito de Itanajé, em Livramento de Nossa Senhora, Bahia. O texto é uma homenagem aos 90 anos de emancipação política do município.

 

Livramento 90 anos - 09.10.2011

BOAVENTURA 

Clique aqui e veja fotos, enviadas pelo diretor José Maria de Jesus, sobre a participação do Colégio Estadual Edivaldo Machado Boaventura no desfile alegórico de 6 de outubro, em Livramento de Nossa Senhora, Bahia. 

 

Projeto DNOCS – 09.10.2011

Sem manutenção nem fiscalização,
irrigação em Livramento corre risco

Chegou ao conhecimento do O Mandacaru que os próceres do PMDB, na Bahia, deputado federal Lúcio Vieira Lima e seu irmão e ex-ministro Geddel Vieira Lima teriam se irritado com o correligionário Amâncio Lima Aguiar por ter se beneficiado com a cessão irregular de terra e tubos de irrigação do Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (DNOCS), em Livramento de Nossa Senhora, Bahia. Amâncio Lima Aguiar, além de assessor especial do prefeito local, Carlos Roberto Souto Batista, igualmente do PMDB, é ainda presidente do diretório municipal do partido.

A apropriação indevida da tubulação, como já divulgado neste site, é recente, mas a ocupação irregular de área do DNOCS teria ocorrido em 2009, justamente quando Geddel Vieira Lima era o ministro da Integração Nacional, ao qual o DNOCS é subordinado. Além disso, o fato era do conhecimento do coordenador estadual do órgão Osanah Rodrigues Setúval, indicado para o cargo pelo então ministro, em substituição a Gerardo Azevedo Júnior, do Partido dos Trabalhadores.

Além dessas mazelas, apesar da importância do projeto para a agricultura irrigada em Livramento, hoje 2º pólo de produção de manga da Bahia, além do maracujá, o sistema de irrigação também está tecnicamente ameaçado e pode entrar em colapso a qualquer momento. O risco está na falta de manutenção, envolvendo a barragem, inaugurada há mais de 20 anos, e o canal de distribuição; bem como no seu uso para irrigar o triplo (cerca de 15.000ha) da área para a qual fora inicialmente projetado (5.000ha).

FALTAM PROVIDÊNCIAS

Estima-se que o faturamento da produção obtida com a irrigação gire em torno de R$1 bilhão, mas isso não tem sido suficiente para sensibilizar autoridades e produtores para a necessidade de conservação dos equipamentos. A parede do açude e o canal a céu aberto que leva água para as lavouras apresentam fissuras que estão a exigir profunda análise técnica, pois, aparentemente, demonstram ser de alta gravidade. Ademais, uma peça da comporta quebrou-se, pelo desgaste natural, e a operação de abertura e fechamento está sendo feita de forma improvisada.

Após mais de 20 anos sem manutenção adequada, a comporta poderá emperrar a qualquer hora. O mais provável é que isso ocorra com ela fechada, impedindo a liberação da água para irrigação, mas poderá acontecer com ela aberta, provocando o esvaziamento descontrolado do manancial. Tudo isso é do conhecimento da Coordenação Estadual do DNOCS, para onde já foram enviados vários pedidos de providências, segundo garante o chefe local do Departamento, Pedro Antônio Oliveira Lima.

Dando a impressão de que assistem a tudo de camarote, estão os produtores e as autoridades estaduais e municipais, parlamentares inclusos. Parecem ignorar que se o sistema entrar em colapso, qualquer que seja o motivo, será um desastre para a economia do município, hoje sustentada na agricultura irrigada, afetando, também, a produção estadual.

 

Meio ambiente – 09.10.2011

PATRIMÔNIO NATURAL DESTRUÍDO


“TEM GENTE FICANDO RICA

POR DESTRUIR O MEIO AMBIENTE

NO FIM ELES NÃO ACREDITAM

E RIR NA CARA DA GENTE”.

JOSÉ MARIA DE JESUS

Estamos presenciando, de camarote, a destruição das árvores centenárias de nossa cidade. Quem não se lembra do grande juazeiro da Praça Zezinho Tanajura, dos grandes “pés de figo” da ex Praça da Bandeira, dos coqueirais da entrada da cidade de quem vem de Brumado ou Paramirim, já não existem mais. Neste mês em que Livramento de Nossa Senhora completa 90 anos de emancipação política, aconteceu mais um ‘assassinato’, a vitima foi uma mangueira centenária que fica perto da ponte do ex-rio Taquari, logo na entrada da cidade. Mangueira que alimentou muitas pessoas com seus deliciosos frutos, inclusive eu, que deu muita sombra e até serviu de moradia para muitas famílias carentes que vinham de outros lugares.

Hoje (08/10/2011) é só galhos e troncos, tudo cortado. Ninguém viu ninguém chorou por ela. Imprensa não divulgou, ninguém protestou, morreu sem dono, não sabemos o que será construído naquele lugar. O que restou ali, só espaço vazio, não apareceu nenhum empresário para preservá-la, principalmente na cidade conhecida com “cidade da manga”. Viveu ali muitos anos, nunca precisou de água da barragem, nunca precisou de veneno para produzir, não precisou de poda, de indução, de adubos químicos, seus frutos eram doces e naturais, nunca fez mal a ninguém. Sempre foi frondosa, espaçosa, tem gente que talvez nunca tenha prestado atenção, mas ela estava sempre ali, produzindo muitos quilos de frutos todos os anos, foram muitos anos. Ao caminhar embaixo dela, dava vontade de esticar uma rede e ficar ali por muito tempo. Não existe mais nada a fazer para ressuscitá-la, só nos resta agora lamentar e perguntar: QUEM SERÁ A PRÓXIMA VÍTIMA?

 

6.10.2011 - LIVRAMENTO 90 ANOS

Festejadas nove décadas
de emancipação política

RAIMUNDO MARINHO

Jornalista

Livramento de Nossa Senhora, Bahia, amanheceu em festa, hoje, dia em que comemora 90 anos de emancipação política. Ou seja, nove décadas de vida como unidade autônoma da República Federativa do Brasil. A programação festiva do dia incluiu hasteamento dos pavilhões municipal, estadual e nacional, logo cedo, e haverá desfile alegórico, à tarde, por alunos da rede de ensino. Não há notícia de comemorações por entidades não oficiais.

Os eventos, como sempre, passarão a lição de civismo, cidadania e de amor dos livramentenses por sua terra. Uns, como educadores e estudantes, organizando e participando; outros, nesse caso a população, assistindo e aplaudindo. Cada escola promete se esmerar para ser a melhor na avenida, o que, naturalmente, contribuirá para a beleza e animação do desfile.

O momento é de júbilo, mas deve ser aproveitado, também, para reflexão. Quando pisar, por exemplo, nos paralelepípedos da avenida, as crianças e adolescentes sentirão a gostosa emoção de ter nascido nesta terra maravilhosa. Mas, igualmente, verão que o piso está cheio de buracos, de depressões, que precisa ser consertado. E misturarão a alegria da cidadania com o despertar do senso crítico.

Ao empunharem o estandarte com a fotografia exuberante da nossa linda cachoeira, terão o orgulho de exibir o emblema do mais bonito troféu ecológico da região. Contudo, lembrarão que ela precisa ser defendida e preservada da ameaça poluidora, vinda dos abjetos dejetos sanitários. E desejarão que os próximos 90 anos sejam de ações ecologicamente corretas, implementadas por cidadãos corajosos e conscientes.

Quando, garbosos, desfilarem pela avenida, da qual, naquele momento, serão os preciosos adornos, os jovens também sentirão que ela estará obstruída por veículos estacionados irregularmente ou por entulhos e lixos mal postos. Então, misturarão a alegria juvenil de ter orgulho da pátria onde nasceram, com a indignação ante o desrespeito dos que não zelam por sua cidade, por sua gente, que não se preocupam com o futuro da sua juventude.

Ficarão orgulhosos quando, na alegoria do desfile, exibirem a manga e o maracujá, como os frutos do nosso progresso econômico, como o “ouro verde” que nossa geração está a produzir. E estufarão o peito por serem contemporâneos dessa façanha. Mas hão de refletir, também, sobre para onde se encaminha essa riqueza (cerca de R$ 1 bilhão por ano), sobre quem dela se beneficia, de fato. Sobre o quanto dela é revertido para nosso benefício social.

E quanto nos custa produzi-la, em relação aos agrotóxicos que intoxicam nossos trabalhadores e consumidores, e contaminam o meio ambiente. Assim, teremos a certeza de que exercemos plenamente a cidadania e desenvolvemos nosso senso crítico na medida exigida pelo progresso sócio-econômico, pela necessidade da promoção humana e pela premência em reduzir nossa miséria social.

Mas, enquanto marcham pelas pedras da avenida, afundadas por carretas que transportam riquezas que nada têm a ver conosco, os estudantes igualmente verão que, das laterais, das calçadas, das portas e janelas, cidadãos de boa vontade os aplaudirão e os olharão com orgulho e admiração. Sentirão ainda mais orgulho ao ouvir o rufar característico das fanfarras, som e ritmo que levarão em suas lembranças por toda a vida.

Portanto, nas circunstâncias atuais, a alegria e o orgulho de se comemorar esses 90 anos não poderiam ser sem ressalvas, pois não somos robôs, não somos máquinas: humanos é que somos!

Festejemos, assim, sem esquecer as ressalvas, com a consciência dos que não se anestesiam pelos espetáculos, mas deles haurem a força para ultrapassar obstáculos. Então, poderemos nos orgulhar de verdade e sonhar em, por exemplo, comemorar, sem nenhuma RESSALVA, os 100 anos de emancipação política, daqui a 10 anos!

 

Livramento 90 anos – 07.10.2011

Estudantes desfilam e fazem
a alegria das comemorações

Os desfiles estudantis sempre marcam as comemorações cívicas em Livramento de Nossa Senhora, Bahia, assim como em quase todas as cidades brasileiras. Entre nós, uma das datas magnas é 6 de outubro, aniversário da Emancipação Política do município, este ano realçada com por um número redondo: 90 anos, ou seja, nove décadas de administração autônoma.

Conforme a programação oficial, são vários dias de festa, antes e depois, mas que teve seu ponto alto ontem, 6 de outubro, dia do aniversário. A comunidade estudantil, reunindo alunos da rede pública, municipal e estadual, e entidades religiosas levaram alegria, colorido e o tradicional exemplo de civismo para as ruas.

Apesar das críticas, dos que acharam que 90 anos mereciam mais, foi uma tarde luminosa, em que a população ocupou a longa Avenida Presidente Vargas, para ver a garotada desfilar, encerrando-se na praça que homenageia a data, 6 de Outubro, onde se encontravam as autoridades municipais, como o prefeito Carlos Roberto Souto Batista e o presidente da Câmara, vereador Lafaiete Nunes Dourado.

A Sociedade Musical Maestro Lindembergue Cardoso abriu o desfile, em apresentação especial. Nada é comparável, em momento como este, ao vigor da juventude, fazendo suas evoluções, caprichando no ritmo das fanfarras e mostrando que ela é a esperança de qualquer comunidade. E o povo foi às ruas para participar, contemplando e aplaudindo as exibições.

À noite, houve desfile do trio elétrico e banda Cheiro de Amor, de Salvador, seguido de show com o cantor Renan Moreira. A programação continuará com a IV Corrida da Emancipação, dia 9; III Passeio Ecológico, pela Estrada Real, dia 12; e comemoração do Dia das Crianças, de 13 a 15 deste mês.

(as fotos desta matéria foram cedidas por Marcos Santos – L12, a quem agradecemos pela gentileza)

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Aniversário – 02.10.2011

Livramento comemora seus 90 anos

O município de Livramento de Nossa Senhora, Bahia, completa, próximo dia 6, quinta-feira, 90 anos de emancipação política. É como se fosse a data de sua independência, ao se desmembrar do vizinho município de Rio de Contas. É o 90º aniversário de quando passou a ter administração própria. Na verdade, porém, já existia como núcleo populacional desde 1715. São, assim, quase 300 anos, sem contar a fase anterior, em que era habitado apenas pelos índios.

Sua população está em festa, por óbvio, por tão longa caminhada e pelo tanto que se desenvolveu, nesse período. Não tanto como devia e podia – e precisava – mas acompanhando a trajetória do nosso Brasil. Não devemos esquecer que somos um sertão esquecido e que qualquer mudança que se faça necessária, qualquer ação para nos resgatar e proporcionar o adequado aproveitamento das nossas riquezas – humanas e materiais – só dependem de nós, notadamente da nossa juventude.

Então, nossos esforços, daqui em diante, devem ser nesse sentido. Não será difícil, basta nos inspirar nas belezas - humanas e naturais - que tanto cantamos. Um ponto de partida é preservar o que temos de belo, de valor e livrar – de livramento - nossos excluídos, que, infelizmente, são a maioria. Vamos festejar nossas riquezas, nossas belezas, mas também remir os muitos irmãos nossos que vivem os horrores econômico e social. Vamos, efetivamente, harmonizar nossos pensamentos e humanizar o conjunto da nossa sociedade.

Para marcar data tão expressiva, a administração municipal, atualmente comandada pelo Dr. Carlos Roberto Souto Batista, preparou vasta e significativa programação, que já incluiu o Fórum 90 anos de Conquistas, que fez uma espécie de revisitação da nossa história; e a concorrida solenidade de lançamento do Selo Personalizado e o Carimbo Comemorativo, alusivos à data, em parceria com a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. Esta semana, as comemorações, abertas ontem com o festival Canta Livramento, chegam ao ápice.

Confira a programação divulgada pela Prefeitura:

Sábado (dia 1º) - Festival de música “Canta Livramento”, na Praça Dom Hélio Paschoal, às 20h.

Domingo (dia 02) - 3º Passeio Ciclístico da Emancipação – Saída da Praça Dom Hélio Paschoal, às 7h.

Domingo (dia 02) - Missa Em “Ação de Graças” pelos 90 anos de Emancipação Política do Município – Catedral de Nossa Senhora do Livramento, às 19h.

Segunda-feira (dia 03) - Exposição “90 anos de Livramento” – Estandes dos Alunos da Rede Municipal de Ensino, na Praça Dom Hélio Paschoal, das 10h às 18h.

Quarta-feira (dia 05) - Encontro das Comunidades Quilombolas, na Praça Dom Hélio Paschoal, às 20h.

QUINTA-FEIRA (DIA 06) – A DATA MAGNA:

8h - Hasteamento das bandeiras

15h - Desfile alegórico

21h - Trio Elétrico, com a Banda Cheiro de Amor – Saída do Bairro Primeiro Gole, com destino à Praça João Marques de Oliveira. Em seguida, show com o cantor Renan Moreira.

Domingo (dia 9) - 4ª Corrida da Emancipação – Saída às 7h do km 15 da rodovia BA-148 (Livramento-Brumado).

Quarta-feira (dia 12) - 3º Passeio ecológico, em caminhada pela Estrada Real. Saída da Praça Pedro Mandú (em frente ao Hospital), às 6h30m.

Quinta-feira a Sábado (dias 13 a 15) - Comemoração do Dia das Crianças.

 

Comentário – 02.10.2011

A esperança dos que acreditam

Raimundo Marinho

Jornalista

Talvez a eleição municipal de 2012, em Livramento de Nossa Senhora, Bahia, não seja tão igual à de 2008. Surgiram pelo menos dois partidos fora da polarização e do eixo político atuais, já com as respectivas comissões provisórias constituídas. Tratam-se do PSB (Partido Socialista Brasileiro), presidido pelo advogado Guto Rodrigues Tanajura; e do PTC (Partido Trabalhista Cristão), que tem como presidente o professor Bento Moreira Dias.

É uma possibilidade concreta de abertura a uma nova discussão política no município, contrapondo-se ao provincianismo até então reinante. Os dois líderes são jovens, com destacado conhecimento da realidade local e, juntamente com suas respectivas equipes, mostram-se dispostos a explicar à população que a beneficiada ou prejudicada com o que acontece no mundo da política é ela mesma.

Os dois grupos não atuam juntos, por óbvio, mas estão reunindo em torno deles, respectivamente, indivíduos de pensamento independente, em oposição à polarização até aqui existente. Pelo perfil dos seus integrantes, vê-se que são pessoas de alta qualificação moral, trabalhadores, empreendedores, com os pés no chão, a ponto de saberem que estão inaugurando um projeto de longo prazo, mas prometendo decisiva participação já na próxima eleição.

Tenho certeza, como integrante do PTC, que vão contar com o respaldo de boa parte da população, hoje desejosa de novos caminhos para Livramento, passando pelo realinhamento da sua atividade política, para atingir seus ideais de desenvolvimento, de recuperação urbana, de promoção humana, da defesa do meio ambiente e da requalificação dos serviços públicos.

O PSB é um partido de abrangência nacional e, na Bahia, é presidido pela senadora Lídice da Mata, egressa do PC do B, de maduro pensamento socialista, cultivado desde os tempos de estudante. O PTC, também de âmbito nacional, tem origem no antigo PRN (Partido da Reconstrução Nacional), nascido como Partido da Juventude. Na Bahia, é presidido por Rivailton Pinto Veloso da Silva.

É um bom momento, portanto, para quem deseja contribuir para mudanças no cenário administrativo, social, político e econômico de Livramento. E isso poderá ganhar uma abrangência ainda maior se houver identidade de visões, por exemplo, com outras agremiações partidárias, já identificadas como defensoras da visão socialista e trabalhista, como PC do B (Partido Comunista do Brasil), e PT (Partido dos Trabalhadores).

O exercício da política e da administração é autônomo, nas bases municipais. Por essa razão é que acreditamos ser possível se construir em nosso município uma ilha de prosperidade e de honestidade. Para ser político não é necessário, como se está a propagar, fazer jogo sujo, ser ladrão, nem enganar os eleitores.

A prática correta da política é bem mais barata e muito mais benéfica para seu verdadeiro destinatário – a população. É nisso que acreditamos e é nisso que a maioria do povo acredita. Não podemos ser sufocados pelos aproveitadores. Não devemos, nunca, nos intimidar diante da canalhice dos malfeitores.

Vamos colocar o pensamento cristão na discussão dos nossos destinos e nas ações voltadas para a construção de uma terra verdadeiramente bonita, capaz de abrigar e trazer esperanças para nossa juventude. Não precisamos de espetáculos, precisamos de soluções.

Vamos, moçada, caminhar, sem a impetuosidade dos insensatos, dos chamados “fogos de palha”, mas com a certeza, a coragem, a firmeza e a determinação dos sábios e perseverantes, pois a estes não faltarão a inspiração de Deus e a iluminação de Cristo.

Foi fácil cantar a pedra

Os sites da região noticiaram, na última semana, o anúncio do ex-prefeito Emerson Leal, agora no PDT, como pré-candidato do seu grupo à Prefeitura de Livramento de Nossa Senhora. Tentará uma audácia: ser prefeito pela quinta vez. É algo como dizer “eu sou o vosso rei, fora de mim não haverá vida em Livramento”. Um sugestivo slogan de campanha eleitoral. Além disso, nos força ao raciocínio de que a pré-candidatura do seu pupilo Paulo Roberto Lessa Pereira não era para valer. Dizer que, agora, são dois pré-candidatos do grupo é pior do que o soneto.

Merece análise, igualmente, a flexibilização no ninho situacionista, em que a vaga na cabeça da chapa será definida, mediante pesquisa de intenção de votos, entre Ricardo Ribeiro e Paulo Azevedo. Os dois eventos, portanto, reforçam nosso comentário anterior, quando dissemos, em outras palavras, que o candidato do grupo de Emerson Leal seria ele mesmo e que Ricardinho não seria o candidato de Carlão.

Anotem ai, poderão surgir dois resultados opostos nessa pesquisa. Continuamos a acreditar, porém, que o salvo-conduto de Carlos Batista será a dupla Paulo Azevedo/Leila Ribeiro. Qualquer outra tentativa, dentro do grupo, vai facilitar a vida do seu rival maior, o “Periquitão”. Os partidos pequenos, liderados pelas novas agremiações (PSB e PTC) poderão ser pedras involuntárias nos sapatos dos dois caciques.