PÁGINA POLÍTICA
(Atualizado em 13.12.06)
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12.07.2006
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12.07.2006
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10.06.2006
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Fala do empresário Roberto
Fernandez Veiga, na Câmara
de Vereadores de Rio de Contas

(Transcrito, sem correções, de gravação em CD enviada ao “O mandacaru”)

Senhores vereadores e povo de Rio de Contas. Todos vocês me conhecem e sabem que eu era e ainda sou parte integrante desse grupo que elegeu esse prefeito de Rio de Contas Evilácio Miranda Silva. E vocês podem estar se perguntando por que agora eu estou fazendo essas denúncias. Será que de repente eu me tornei um cidadão mais cidadão ou será que eu também já era esse cidadão? Será que estou contra o grupo porque deixei de ser privilegiado? Talvez sim, talvez não. Está na cabeça dos senhores. Mas a razão com que me fez denunciar hoje esse malversarsor de recursos públicos foi justamente esse plano de governo que me fez apoiar ele, que foi constituído para melhorar Rio de Contas e acabar com essa miséria de Rio de Contas, acabar com esse subsalário miserável que mata as pessoas de fome. Esse era meu objetivo, tirar Pedro Reis e colocar Evilácio Miranda, para que ele pudesse fazer isso. Fui avisado, e não ouvi. Dizer que é mentira, ele não pode, porque esse plano de governo está assinado por ele. O que não diminui a minha culpa, mas atenua.

O segundo fato é que o prefeito desvia os recursos desse município e ninguém sabe pra onde. Todos os projetos que eu coloquei em Rio de Contas, no governo Evilácio Miranda, e não foram poucos, todos os recursos foram desviados. Ele sacou das contas todos os recursos. E eu, como fazia parte do grupo do prefeito, lhe dei as notas para que ele pudesse cobrir a sua contabilidade. Ele não vai poder dizer que é mentira, porque sou eu que estou dizendo, eu que fiz junto com ele. É um prefeito que emprega todos os seus parentes. Paga a universidade dos seus parentes, enquanto os jovens de Rio de Contas não têm a oportunidade de ter uma casa do estudante para fazer faculdade. É um prefeito que saqueia o município.

Eu faço parte do Conselho de Saúde desse município e há dois anos que eu tento colocar os recursos de saúde sob a orientação da Secretária da Saúde e sob a fiscalização do Conselho Municipal de Saúde. Não tenho tido essa oportunidade e digo para os senhores que isso está preconizado na lei, mas infelizmente os conselhos em Rio de Contas são criados ao bel prazer desse grupo político do prefeito, do qual eu fazia parte e ainda faço. Não estou livre dele, não. Não estou livre dele porque ainda tenho obras no município, então não posso dizer pro senhores que estou livre dele. Posso garantir pra os senhores que as licitações estão legalmente corretas, mas garanto que todas elas foram burladas. Não existe nesse município uma licitação que seja aberta, que seja feita de acordo como preconiza a lei. Ela está acobertada pela lei. Porque para nós políticos, para nós que fazemos parte do poder, nos resta apenas a corrupção. E o povo sofre com ela.

Muitas pessoas me procuram, já me procuraram esse ano todo, e muitas delas estão aqui, porque precisam de um carro para fazer um exame em Conquista. Não tem, porque a ambulância está quebrada em Brumado. Por que a ambulância não tem dinheiro pra ser consertada. Mas a camionete do prefeito, o que já gastou sendo consertada dava para comprar outra. Os veículos e os maquinários do município estão sucateados. Um quebrado no pátio, outros começam a trabalhar e quebram e param. Por quê? Porque não tem manutenção. Mas os senhores vão encontrar, senhores vereadores, nas contas deste prefeito peças de tratores que dariam para comprar outro trator. Esta caçamba que está quebrada no pátio, eu precisei dela pra fazer um serviço, carregar uma pedra, porque eu já utilizei maquinário do município, mas não utilizei de graça. Eu sempre tive que pagar por ele. Porque eu utilizo quando ele está quebrado. Eu conserto pra poder utilizar. E esta caçamba que está ainda quebrada eu coloquei seis pneus novos nela. Entreguei ao prefeito, na sala dele, em dinheiro, sete mil e oitocentos reais para compra dos pneus. E ele colocou os sete mil e oitocentos reais no bolso e pagou os pneus com cheque pré-datado.

Este prefeito falsifica assinaturas nos talonários de cheques da Prefeitura. Assinatura do tesoureiro. Esse prefeito, na época da sua campanha, afanou os recursos de muitos pobres, agricultores, gente pobre, que precisava dos mil reais do Pronaf. Eu não estou dizendo isso aqui em vão, não. Eu tenho aqui documentos, aonde a assinatura de quem tomou o dinheiro está falsificada e a assinatura de quem avalizou está falsificada. Um homem que precisava está na cadeia, ele está sentado na cadeira de prefeito, gerindo o município, gerindo os bens públicos, enquanto o povo não tem a oportunidade de ter saúde, de ter educação. Esse hospital que está aí, já propus várias vezes, que ele deixou de ser hospital, pra ser uma unidade mistas de saúde, mas isso não interessa ao prefeito. Não interessa, porque ao prefeito interessa ter o hospital para poder maquiar o desvio de recursos públicos.

Tudo isso, senhores, é improbidade administrativa. Tudo isso é má gestão do dinheiro público. O que sai das contas do município e vão para o bolso é desvio de recursos públicos. Esse município recebe em média seiscentos e cinqüenta mil reais por mês, entre recursos do FPM e recursos do ICMS. Trezentos cinqüenta mil reais custa a folha deste município e serve para apadrinhar os amigos e correligionários do prefeito. Pra isso pelo menos eu tenho autoridade para falar. Não tenho apadrinhado na Prefeitura, nunca tive salário, nunca tive combustível, nunca tive nada, porque sempre vivi do meu trabalho. Não sou igual a outros que vem para Rio de Contas e se engatam no serviço público para poder sobreviver dentro de Rio de Contas. Eu sobrevivo do meu trabalho. Acho que o meu trabalho não é correto. Eu não posso dizer para os senhores que eu sou um homem honesto, eu posso dizer aos senhores que eu sou uma pessoa direita, eu tenho convicção.

Eu acredito que nós podemos mudar esse município. Tanto que os meus projetos são projetos de cultura, de educação e saúde. Eu nunca propus um projeto de uma praça. Eu nunca propus um projeto que viesse o dinheiro para ser desviado. Na gestão de Pedro Reis, todos os projetos eu fiz. Tinha o que tem no governo de Evilácio? Tinha, mas não nessa extensão. No governo de Pedro Reis, também acontecia. Só que ele tirava o dinheiro e me devolvia, mas Evilácio não, Evilácio tira o dinheiro e carrega. E nós temos cinco obras no município paradas. E se forem observadas as contas dessas obras, não tem um centavo. Terá algumas notas que darão como retiradas. Mas tenham a certeza todos os senhores que não é a verdade. E se esta casa abrir um processo contra o prefeito, de investigação, vai ver nas suas contas que houveram transferências bancárias que não foram para mim. Aonde vai ver cheques que foram tirados por mim e o dinheiro devolvido pro prefeito. Quanto houver a investigação e que os senhores me questionarem eu vou dizer onde está.

Eu não estou aqui para fazer bravatas na tribuna. Eu estou aqui pra falar o que acontece nesse município. Eu acho que já basta. Eu gastei na campanha desse prefeito 279 mil. Dinheiro que foi desviado das minhas obras e depois foram terminadas, 279 mil reais, que serviram para a campanha política toda e para a compra de votos. Compra de votos que a oposição não conseguiu provar (...).
Eu hoje acho, tenho quase que certeza, que meus pais, que foi um homem digno, cumpridor de seus direitos (sic), pagou todos os impostos e criou os filhos dele para serem pessoas decentes. Hoje meu pai deve estar alegre, porque, na família do meu pai, família é pai e mãe e os filhos, e nós somos quatro filhos e o único pilantra, na família do meu pai, sou eu. Eu digo isso pro senhores por que quem participa de todas essas coisas que eu participo não é um homem honesto. Não pode se excluir da pilantragem. Não pode chegar hoje aqui e renascer como uma autoridade da verdade, não. Eu estou denunciando porque basta. Eu tentei tomar este poder, através de outra pessoa. Não tenho vontade de ser prefeito, não tenho vontade de ser vereador. Nunca quis ser político. Faço política e gosto de fazer política (...) Hoje eu me sinto gratificado (Aqui o denunciante se compara com o personagem Foguinho da novela “Cobras e Lagartos", da Globo, que se sentiu aliviado ao ser desmascarado).

Chegaram terça-feira (17 de outubro) 50 mil reais para terminar o ginásio de esportes, que está parado, que a chuva está derrubando o muro que já foi feito, e ele já passou a mão (refere-se ao prefeito). Fui procurado para fazer um acordo com ele, porque eu não queria fazer o acordo, em nome de uma amizade (que eu prefiro não revelar quem), eu disse que aceitaria o acordo de receber os l50 mil, com mais oito imposições: 1-pagar meu débito até dezembro; 2-liquidar folha dos mais pobres até dezembro; 3-reintegrar uma senhora de quatro filhos, demitida por ele, porque disse que o dinheiro o gato comeu, porque outra varredeira pediu 20 reais para comprar remédio e ele disse que se tivesse vinte reais estaria no Japão (hoje ele deve estar no Japão, porque não está aqui); 4-reintegrar ao quadro da prefeitura Antônio de Aurélio, que é funcionário desde 1983, tinha estabilidade e foi demitido por Pedro Reis, por ser contra ele; 5-dar dignidade ao trabalho de Valter, que ganha quatrocentos reais, como radiologista, que tem piso salarial de um mil reais; 6-(sigilosa); 7-que eu fosse o secretário de Administração, a partir de janeiro, sem remuneração; e 8-que minha mulher fosse, a partir de janeiro, a secretária de finanças, também sem remuneração.

Eu to dizendo aqui pra vocês com clareza, porque alguns até podem pensar que eu estava querendo me locupletar também. Mas tenham a certeza que não. Eu tenho três filhos e o que tenho não foi fruto das minhas pilantragens, não. Foi fruto do trabalho do meu pai, de herança. Dá para mim tranquilamente viver até o dia que possa morrer. Quem sabe se não será breve, depois dessas denúncias. Então, eu quero dizer aos senhores que o meu papel aqui está feito hoje. Ele não se encerra. Vai depender da hombridade desses senhores que compõem a honra desta casa. E vai depender dos senhores, do povo. Os senhores são os patrões de todos os senhores que estão aqui. Os senhores são os patrões do prefeito, dos secretários. Todos esses senhores aqui, os secretários, o prefeito devem satisfação a vocês. (...) Vocês são que mandam. As atitudes desta casa de refletem na vida de vocês. A atitude do prefeito e do Executivo se reflete na vida de vocês.

Eu quero dizer, senhor presidente, senhores vereadores que todos essas denúncias já eram do conhecimento de muitos. O que faltou foi coragem para fazer. Eu faço. Sem bravatas, sem sair gritando pelo meio da rua, sem confundir a cabeça do povo. Os esclarecimentos têm que ser assim. O homem não pode ter vergonha daquilo que faz. Se o homem fizer errado, assume aquilo que faz. Acho que é assim que deve ser. Espero que, de hoje em diante, esteja nascendo um novo sol em Rio de Contas. Espero que de hoje em diante o povo saiba que ele é o poder. O povo é o poder. O povo bota, o povo tira. Porque o poder emana do povo e para o povo. O poder não é opressor.
A Prefeitura é uma empresa que tem como lucro a estabilidade e o benefício do povo. Essa é a obrigação do poder público. Dar aos senhores estabilidade e benefícios. Saúde, os senhores têm direito. Não precisa pedir. Eu posso garantir aos senhores que o dinheiro que não tem para saúde, pra educação e pra infra-estrutura está no bolso de alguém. Os senhores podem ter certeza disso. E não está no bolso de vocês. A vocês resta a carências e a fome. Pra ele (referindo-se ao prefeito Evilácio) restou a soberba. Ele é tão certo da impunidade, que ele não está aqui hoje. De tão certo, senhores, que este prefeito é da impunidade. Quando começar estas investigações, elas vão correr dez anos para trás, porque há 10 anos ou mais que este município vem sendo assaltado. Não pensem os senhores que isso é coisa nova. Esta coisa é velha. Chega um novo se apega. Chega outro novo se apega, e por aí a fora. Alguns que não podem compor o poder pelas mãos do povo se ajustam e chegam ao poder através da força. Mas a força, senhores, é de vocês. A força é do povo. Não existe neste município quem tenha mais força que o povo. E nunca mais os senhores e senhoras, povo de Rio de Contas, aceite que um político fale com os senhores com ar de superioridade, porque superior são os senhores que pagam os salários deles. Os senhores nunca mais aceitem que um político fale com os senhores com ar de superioridade, porque superior é o povo. Reclamem os seus direitos. Exijam saúde, educação e infra-estrutura e os senhores tem direito. Não é favor. (...)

(Nota: A fala foi transcrita tal qual se encontra no CD, não sendo incluídos, todavia, na transcrição, os apartes e as tréplicas, bem como sinais de sons, ruídos e as falas relativas à condução da sessão da Câmara de Vereadores).

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