Página Política | Raimundo Marinho

Vergonhosa indigência

Segundo registros do censo de 2000 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 32% dos habitantes do município de Livramento de Nossa Senhora são pobres (não tem o necessário à vida) e 56% são indigentes (estágio bem abaixo da pobreza), totalizando, aproximadamente, 88% da sua população. A renda per capta (por pessoa) é de R$114,00, ou seja, menos de um terço do salário mínimo. Não obstante, a estatística mostra melhorias substanciais, a partir de 1991, como o índice de desenvolvimento humano, que subiu de 0,571 para 0,654 (menor que o Brasil - 0,766, que o Nordeste - 0,685 e que a Bahia - 0,688) e o percentual de crianças analfabetas, de 7 a 14 anos, que caiu de 48% para 17%.  Entre os indicadores negativos, só houve aumento na intensidade da indigência, de 43% para 56%.

O quadro geral mostra-se otimista pelo quanto contém de melhorias quantitativas, mas é desolador ante o que revela da intensidade da pobreza/indigência e quantidade de pobres/indigentes no município. Não há dados seguros sobre o que motivou as tímidas melhorias verificadas, nem se houve progresso entre 2000, ultimo levantamento feito, e a realidade atual. Mas é certo que a expansão da rede física escolar, no período, do comércio, do agronegócio e, de modo particular, a política previdenciária e de assistência social do governo federal estão por trás da movimentação dos números estatísticos. Se, por um lado, é visível a contribuição da iniciativa privada, a oferta de serviços públicos deixa a desejar.

Com exceção da expansão da rede de ensino, apesar do muito que perdeu em qualidade, o poder público municipal tem se revelado omisso em políticas de desenvolvimento ou mesmo de socorro aos pobres e indigentes. Não há políticas públicas em Livramento, haja vista o abandono em que se encontram os indigentes, os pobres, os idosos, e o descaso para com a juventude local. Os colégios públicos chegaram ao fundo do poço, incluindo o mais tradicional deles, o João Vilas Boas. A Escola Polivalente, inaugurada no estilo primeiro mundo, encontra-se sucateada. No setor de saúde, o exemplo mais vergonhoso é o hospital municipal, onde a transfusão de sangue ainda é feita braço-a-braço e possui os mesmos 70 leitos de quando foi inaugurado.

No saneamento básico, o vexame fica por conta da insuficiente rede de esgotos, que despeja os detritos no Rio Taquari, contaminando a água consumida pela população pobre a vazante; e a água contaminada pelos esgotos despejados pela cidade vizinha de Rio de Contas e consumida pela população da cidade e da que se encontra assentada ao longo do Rio Brumado. Dois médicos administraram o município nos últimos 10 anos e nada foi feito. O precário suprimento de água às populações urbanas, inclusive a sede municipal que, a despeito da abundância do líquido, vindo da barragem Luis Vieira, a população sofre o racionamento e a falta d'água, por má gestão e insuficiência da rede de abastecimento.

Enquanto isso, ninguém sabe onde são gastos os recursos públicos orçamentários de investimento e custeio, que somente em 2005, 2006 e 2007 totalizam cerca de R$ 24 milhões. Também a Prefeitura é negligente no zelo de suas finanças, tanto gastando mal, desperdiçando dinheiro, como deixando, por exemplo, de cobrar contrapartida pela produção de frutas, que faturam mais de R$150 milhões por ano. Do mesmo modo, não fiscaliza o recolhimento de imposto da extração mineral no município, de onde quartzitos raros são retirados, para ser beneficiados e faturados em outros estados, sem recolher um centavo se quer ao município. Pelo Código de Minas, a Prefeitura tem direito a 65% do imposto que obrigatoriamente deve ser recolhido para União, que é de 2% a 3% do faturamento bruto da mineradora.

A Prefeitura é negligente até no cadastramento imobiliário, levando a ter uma arrecadação pífia de IPTU, apesar da alta valorização dos imóveis da cidade, superior, em alguns casos, até à de cidades como Salvador e Vitória da Conquista. Tudo por falta de competência, de preparo administrativo e de vontade política de nossos gestores!

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Constrangimento

Longe de ter sido engraçado, foi um desconfortável constrangimento a dita “saia-justa” em que o filho do prefeito de Livramento de Nossa Senhora deixou o governador da Bahia, ao lhe ser apresentado, no aeroporto de Salvador. Testemunhas do encontro confidenciaram que Jaques Wagner ficou extremamente irritado e, ao se afastar do prefeito e seu filho, cobriu de bronca o vice Edmundo Pereira, autor da fatídica apresentação. Se arrependimento matasse!

 

Tom conciliador

Em entrevista a Leonardo Oliva, diretor de redação do jornal Tribuna do Sertão, editado na cidade de Brumado, o ex-prefeito de Livramento de Nossa Senhora, Emerson Leal, mostrou-se indiferente às reações locais à sua nomeação para diretor-presidente da EBDA e disse que “estou tirando a minha camisa partidária para vestir a camisa do governo do Estado, a quem prometi lealdade e dedicação”. Em tom conciliador, deixou fluir a experiência da sua longa quilometragem política.

 

Nepotismo

Consta que o prefeito Carlão demitiu do hospital de Livramento, onde atuava como enfermeira, a sobrinha do vice-prefeito João Cambuí, alegando que a presença da moça no serviço público municipal caracterizava nepotismo. Falta, agora, o "zeloso gestor" dar o exemplo maior, até mesmo para cumprir a recomendação do Ministério Público, ao invés de apenas perseguir adversários, e exonerar sua parentada da Prefeitura, inclusive a primeira dama, que é Secretária do Bem-Estar Social.

 

Soteropolitano

O deputado estadual Nelson Leal, 36 anos, que vai para seu terceiro mandato, na Assembléia Legislativa da Bahia, é soteropolitano, ou seja, nasceu em Salvador, segundo divulgou A Tarde, recentemente. Os livramentenses não podem mais cobrar dele que faça alguma coisa pela terra natal, a não ser se refira à Capital. Mas Nelson tem outras raízes em Livramento e certamente dirá a seus eleitores que não se esquecerá disso. Assim desejamos!

 

Alcaide de férias

Ou o prefeito Carlos Batista, de Livramento, está há dois anos sem tirar férias ou está se ausentando da Prefeitura sem passar o cargo, como manda a lei, ao substituto, que é o vice-prefeito. Ou, o que é pior, está informalmente entregando a direção do município, de forma irregular, a outras pessoas. Certa feita, em evento da Câmara de Vereadores, o vice-prefeito presente e o prefeito se fez representar por um funcionário do seu gabinete, quebrando regra institucional e afrontando o substituto legal.

 

Na velha Bahia

Como na velha Bahia, onde políticos disputam os holofotes na festa do Senhor do Bonfim, os políticos de Livramento foram, em revoada, para a festa de São Gonçalo, na localidade de Canabrava. Houve quem fizesse promessa para o santo lhe revelar o conteúdo das preces dos políticos. Outros não tiveram dúvida em afirmar que muitos pediram ao santo ajuda para as próximas eleições municipais.

 

Cinema livre

A União Livramentense de Estudantes (Ules) abriu um espaço cultural em Livramento de Nossa Senhora, com o programa “Cinema Livre”, no Cine Teatro Vitória, da Casa Paroquial, com entrada franca. A última película apresentada foi o nacional “O que é isso companheiro”, que conta a saga da mais ousada ação terrorista, da época da ditadura militar, executada pelo MR8 (Movimento Revolucionário 8 de Outubro) e ALN (Ação Libertadora Nacional), que foi o seqüestro do então embaixador dos EUA, Charles Burk Elbrick. Visite o site http://www.ules.net e fique atento às próximas exibições.

 

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