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Dep. Robério Nunes e Coriolano Sales: máfia das ambulâncias

Livramento atingido
pelos sanguessugas

Na “lista da vergonha”, publicada pela revista Veja, de 26 de julho de 2006, consta os nomes de seis deputados e pelo menos sete prefeitos da Bahia, acusados de participação na chamada “máfia dos sanguessugas”, que promoveu o mais rumoroso assalto aos cofres públicos, envolvendo quase todos os estados brasileiros. Os nomes, que completaram a lista anterior, divulgada pela revista, foram fornecidos em depoimento à Polícia Federal, pelo empresário Luiz Antônio Vedoin, considerado o chefe da “organização”. Os parlamentares e ex-parlamentares são suspeitos de ter recebido suborno de uma empresa que vendia ambulâncias, a Planam, para destinar recursos do orçamento federal a prefeituras compradoras dos veículos.

Os deputados baianos, cujos nomes constam da lista, são: Coriolano Sales (PFL), Jonival Lucas Jr. (PTB), Mário Negromonte (PP), Reginaldo Germano (PP), Robério Nunes (PFL) e Zelinda Novaes (PFL). Os prefeitos: Ítala Maria da Silva Lobo (PMDB-Uauá), Florisvaldo Passos de Araújo (PL-Brejões), José Ricardo Rodrigues (PTB-Lapão), Hermes Bonfim Cheles Nascimento (PL-Presidente Jânio Quadros), Enedino R. Vasconcelos (PRP-Itamari), Elivaldo Henrique S. Reis (PMDB-Coaraci) e Dorgival dos Santos (PP-Riachão das Neves).

O escândalo atinge direta e indiretamente a política de Livramento. Segundo denunciou da tribuna da Câmara o vereador Paulo Lessa Pereira, líder da oposição, a Prefeitura Municipal comprou uma ambulância e um gabinete odontológico, este não chegou ao município, através de um deputado do esquema, Coriolano Sales. Essa seria uma repercussão direta. Mas, indiretamente, existem fortes ligações entre políticos locais e alguns dos envolvidos. Um deles é o deputado Robério Nunes, que apóia o médico Paulo Azevedo, candidato derrotado na última eleição de prefeito e que está se preparando para a próximo, com apoio também de ACM Neto.

O nome de Robério Nunes leva, ainda, ao grupo que se formou em oposição ao ex-prefeito Emerson Leal, este na lista de inelegíveis do TCU, e liderado pelo dissidente Paulo Azevedo. Em torno dele e, consequentemente, apoiando Robério Nunes, se encontra o ex-prefeito Fernando Ledo e seu filho, vereador Zeferino Wagner. Por fora desse escândalo, mas igualmente citado em denúncias por improbidade administrativa, também feitas pela Veja, está outro deputado que milita na região, Guilherme Menezes (PT-BA). Além dele, o senador Rodolpho Tourinho (PFL) e deputado federal Paulo Magalhães (PFL), também da Bahia, estão na lista de investigados do Ministério Público Federal.

Ou seja, quase todo mundo passou a ter, agora, ou o rabo preso ou telhado de vidro, o que vai afetar tanto as discussões nos barzinhos quanto na Câmara de Vereadores, que deverá retomar os trabalhos legislativos dia 7 de agosto.

Zelinda Novais, Reginaldo Germano, Mário Negromonte e Jonival Lucas JR., parlamentares baianos acusados de corrupção

Rodolpho Tourinho, Paulo Magalhães e Guilherme Menezes
na lista de investigados do Ministério Público Federal
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Virando inimigo......................................................................

Um comerciante criticou duramente a administração municipal e se confessou indignado com o prefeito Carlos Roberto Souto Batista, de Livramento de Nossa Senhora, a quem disse ter ajudado a se eleger. Indagado sobre o motivo de tanta ira e arrependimento, disse candidamente, entre as alegações, que até hoje a Prefeitura não comprou um centavo em seu estabelecimento. O pior inimigo de um prefeito acaba sendo aquele que o ajudou na campanha e, depois, quer receber tudo de volta.

Em campanha?.........................................................................

O diretor do Hospital de Livramento, Dr. Marilton Matias, aparece em quase todas as fotos tiradas durante os festejos juninos da vizinha cidade de D. Basílio, onde também presta serviços médicos. Consta que ele é candidato declarado à sucessão do tio, Dr. Alfredo Matias, na prefeitura daquele município. É mais um filho de peixe que se dispõe a seguir os passos da família, na política.

Sem oposição............................................................................

A oposição política em Livramento, que já era débil, praticamente acabou. A única voz que ainda rosnava era a do vereador Paulo Lessa, que parece ter se cansado de esperar em vão pelo apoio do seu chefe e não mais esconde sua insatisfação. Dificilmente terminará o mandato sob a liderança de Emerson Leal. Talvez isso seja o sinal de surgimento de uma nova discussão política no município.

PT enfraquecido ...................................................................

Com o aborto dos sonhos de candidatura a deputado estadual do ex-secretário da Saúde Gerardo Azevedo Júnior, agora no DNOCS, e do padre Bené, da paróquia do Taquari, o PT ficou mais fraco em Livramento de Nossa Senhora. Vai continuar dividido, apoiando nomes de fora, como Zilton Rocha, apoiado pelo presidente do diretório municipal, Ricardo Matias; e Valdenor Pereira, que tem o suporte da ala petista ligada à igreja católica, incluindo o padre desistente.

Sem perspectiva....................................................................

Não há qualquer perspectiva de renovação ou evolução política em Livramento, nem no médio prazo. Os veteranos não deixaram boas lições e continuam rendendo homenagens aos coronéis, da esquerda e da direita, que dominam a política estadual. Não há lideranças novas, nem se vislumbra qualquer interesse em estimulá-las. Um indicador de luz no final do túnel são os movimentos, embora ainda tímidos, da Ules e da Pastoral da Juventude.

Mesa da Câmara.....................................................................

As preocupações dos vereadores de Livramento, neste semestre, vão girar em torno da eleição da nova mesa diretora, para 2007/2008. Apesar de haver mais de um pretendente, nenhum, porém, com as qualificações para a função que o atual presidente Marilho Matias. Ele tem demonstrado equilíbrio na condução dos trabalhos e não deverá enfrentar dificuldades para a reeleição. Um dos que não tem condições, mas sonha com o cargo é Ilídio de Castro.

Igreja e colégio......................................................................

Finalmente, a Prefeitura de Livramento demonstrou sensibilidade ante a maior autoridade religiosa da região, o bispo diocesano, e iniciou o calçamento, com paralelepípedos, da rua onde foi construída a casa para receber D. Armando Bucciol. Mas o prelado nunca vai saber se o mimo é para ele ou para os proprietários do Colégio Monteiro Lobato, correligionários do prefeito. O colégio fica em rua paralela à do bispo.

Ligação Taquari......................................................................

Apesar da importância para o sistema viário da cidade, desconhece-se a existência de qualquer projeto para abertura de mais uma via de ligação da cidade de Livramento com o bairro do Taquari. A av. Leônidas Cardoso já se encontra estrangulada e a prefeitura tem como ótima opção o trecho a partir do final da av. Nelson Leal, obra relativamente pequena, que inclui a construção, claro, de nova ponte sobre o rio Taquari.

Poucos recursos....................................................................

Os prefeitos de um modo geral vivem se queixando da penúria dos cofres públicos, mas quase todos deixam os mandatos ricos e sempre querem voltar. Poucos se preocupam em dizer o que fez com o orçamento disponível e muito menos explicam o que desejariam fazer e não puderam por que faltou dinheiro. Isso se chamaria prestação de contas. Mas, quem se importa com isso?

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