Página Política | Raimundo Marinho

Abrangência da vida

Não é fácil captar a realidade e, principalmente, interpretá-la ante a diversidade de gostos íntimos e multiplicidade dos quereres que movem uma comunidade, não obstante a aparente igualdade entre os humanos.  Os gostos, desejos e teses de uns costumam contrapor-se aos de tatos outros, dando origem às discordâncias e aos conflitos, tornando-se obrigatório reconhecer que na convergência daqueles postulados a harmonia se estabelecerá. Esse é o ideal dos pacifistas e espiritualistas, mesmo sabendo da tênue possibilidade disso ocorrer por completo, dado que para cada mente que vai, amadurecida pelo envelhecimento, outras dezenas renascem para se submeter ao mesmo processo.

Essa é a dinâmica da vida, não devendo, entretanto, servir de motivo para a indiferença e muito menos omissão diante da estupidez e da corrupção de certos intelectos, em especial dos que se comprometem a gerenciar bens coletivos e comandar o destino dos povos. Nada justifica a negligência ou a perda da capacidade de indignação contra atos e comportamentos que ferem ou ameaçam ferir a paz e o bem-estar das pessoas e ou do ecossistema, o que inclui todas as formas de vida que militam no planeta em busca da evolução. 

Apesar da superação de pendências tecnológicas e científicas, outrora consideradas intransponíveis, a despeito de necessárias ao processo de educação dos povos, o mundo hoje parece mais medieval do que fora no começo. Vejam-se as barbáries registradas no nosso cotidiano, envolvendo a convivência humana, como a morte cruel do garoto João Hélio, por bandidos no Rio de Janeiro; e o caso do cidadão que matou vários membros da sua família. E não precisa ir tão longe, veja a tragédia de conhecida família em Livramento de Nossa Senhora, em que duas crianças foram friamente assassinadas, em 2006, pelo próprio pai.

Os fatos extraordinários comovem e chocam e são seguidos de lamentações e providências de ocasião, enquanto a raiz dos nossos problemas subsiste, como a indicar a inexorabilidade que firmam o destino deletério do homem, pelo qual ninguém se sente verdadeiramente responsável. Teriam razão os que apregoam a “queda do planeta” ou, como preferem outros, o “fim da espécie humana”? Na minha tosca maneira de ver, não. Seria um erro original e essencial privilegiar esse minúsculo ponto no espaço, em detrimento da imensidão do Universo.

Visto assim, o massacre de uma formiga é tão relevante quanto o de um ser humano, pois pode significar o início ou ausência da compreensão lógica quanto ao valor e necessidade de preservação da vida, que na perspectiva do Universo tem um sentido abrangente. A falta de consciência ou desatenção no tocante a isso pode explicar os fatos cotidianos rotulados de tragédias humanas. Somente um tolo poderia negar, então, que o formigueiro devastado, o boi abatido, o frango degolado representam, igualmente, uma tragédia para as respectivas espécies.

Tudo que incomoda o homem tende a ser por ele eliminado (a muriçoca, a formiga, a barata, a cobra .... e o próprio outro homem). Então, não há esperanças, hão de perguntar. Mas claro que há, a partir de quando cada pessoa começar a inverter um pouco a ordem das coisas, falsamente ordenadas, e passar a se ver como seu próprio incômodo. Nesse momento, ficará surpreso e envergonhado, ao perceber como a Terra e o Universo cumprem o seu destino. Por conseguinte, a Terra e o Universo não precisam de solução, mas o homem sim.

Outra pergunta seria como solucionar o homem, que não se sensibiliza com os avisos da natureza e se posta como senhor absoluto da Terra. Os arrogantes morrem, os déspotas morrem, os orgulhosos morrem, os pretensiosos morrem, os facínoras morrem, os ricos morrem, os pobres também, mas nem diante de tantos cadáveres os vivos se tocam. Assim posto, como solucionar essa fera demolidora. Gosto de particularizar o raciocínio, por entender que facilita a compreensão e por acreditar que as mudanças somente podem ser efetivas e ter amplitude se iniciadas no íntimo e na solidão individual.

O simples arrumar da própria cama, ao se levantar, antes mesmo da higiene bucal, pode significar um extraordinário começo, principalmente se na casa houver uma arrumadeira. Uma ajeitadinha no tapete do banheiro, quem tiver, a colocação da roupa suja num cesto ou saco plástico ou uma mera descarga, para alguns, no banheiro, seriam outros passos gigantescos. Depois, poderá limpar o quintal, fechar a torneira que pinga, desligar o chuveiro enquanto se ensaboa, dar um bom dia, ajudar alguém com alguma dificuldade cotidiana, ou quem sabe, liderar um movimento pela limpeza da rua onde mora.

Quem se dispuser a se submeter a este teste, que para muitos será doloroso, enxergará a grandeza da passagem do homem pela Terra. E mais, estará apto a comandar outros tipos de mudanças. Pois sim, comece!

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Exoneração

O diretor do Hospital de Livramento, Marilton Tanajura Matias, em e-mail, explicou as razões da exoneração da sobrinha do vice-prefeito João Cambuí, dizendo ter cumprido recomendação do Ministério Público, pela caracterização de nepotismo. Em outra mensagem, acrescenta que também foram exoneradas, a esposa do prefeito, secretária do Bem-Estar Social, e a irmã desta lotada no gabinete do prefeito.

 

Com paixão

Como se observa em algumas mensagens recebidas pelo “O Mandacaru”, via e-mail, o Dr. Carlos Roberto Souto Batista, prefeito de Livramento de Nossa Senhora, é defendido, com certa paixão, por correligionários, coisa que nem ele próprio costuma fazer. Os mais irados acusam o editor de imparcial e lançam injúrias, como dizer que as críticas ao alcaide são a mando, mas não mencionam de quem.   

 

Sem paixão

Nada melhor para uma cidade que ter um prefeito amado. Mas não se pode esquecer que ele se candidatou espontaneamente ao mais alto cargo do município, fez promessas, foi eleito e, no caso de Livramento, gerencia um orçamento de R$24 milhões (2007). Ao final do mandado, de quatro anos, terão passados por suas mãos algo superior a R$90 milhões. É exigível, portanto, que informe onde e como gasta o dinheiro dos contribuintes.

 

Residências

Os estudantes de Livramento encostaram o prefeito Carlos Roberto Souto Batista, na parede, e conseguiram que o mesmo mantivesse o apoio às residências estudantis localizadas em Salvador e Vitória da Conquista, administradas pela União Livramentense de Estudantes. Mesmo diante do estado precário das unidades, apesar da importância que têm para os estudantes carentes, o prefeito ainda claudicou.  Leia mais

 

Ainda é pouco

O que Carlos Batista garantiu aos estudantes ainda é muito pouco, a Prefeitura pode fazer muito mais pelas residências. É vergonhosa a situação em que as casas são mantidas, onde só os heróis conseguem concentração para estudar. Falta o essencial, como móveis e geladeira. Nenhum residente foi aprovado no vestibular deste ano, ao contrário do ano passado, que teve nove aprovações.

 

Sem gabarito

Candidatos ao concurso público realizado, dia 4 de fevereiro, pela Prefeitura de Livramento de Nossa Senhora, queixaram-se de que foram impedidos de levar o caderno de questões, ao final, e não lhes foi fornecido folha para anotação dos gabaritos. Não poderão, portanto, conferir suas respostas, para eventuais recursos impugnatórios. Se assim foi, é assunto para intervenção do Ministério Público.

 

Na indigência

O município de Livramento de Nossa Senhora, pelo último levantamento do IBGE, tem mais da metade da sua população vivendo abaixo da linha da pobreza, ou seja, na indigência. Fora isso, há ainda os apenas pobres. Não há dados mais atualizados, mas sem dúvida é um grande desafio para o médico Carlos Roberto Souto Batista, o prefeito, nos seus dois últimos anos de governo.

 

Umas sugestões

Ao prefeito de Livramento, a pedido de leitora: fiscalizar imposto devido pelas mineradoras; reavaliar arrecadação do IPTU; tombar casarão ao lado da Prefeitura; ampliar número de leitos do hospital; casa de apoio aos doentes pobres, na sede e em Vitória da Conquista; sanear bairro Benito Gama; normal superior para Colégio Boaventura; agilizar obras estaduais e federais; acabar farra do transporte escolar.

 

Maioridade penal

A União Livramentense de Estudantes – Ules promoverá dia 28 deste, quarta-feira, a distribuição de panfletos contendo mensagem destinada a sensibilizar a comunidade para a questão da redução da maioridade penal de 18 para 16 anos, como vem se discutindo no Congresso Nacional. A entidade é contra a redução e, ao contrário disso, quer a adoção de políticas públicas que reduzam as desigualdades sociais no Brasil.

 

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