VOZ QUE CLAMA NO DESERTO
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Meu filho Franklin George Meira Macedo foi assassinado friamente e covardemente no dia 31 de outubro de 1998. O assassino ainda continua à solta, gozando de uma absurda impunidade, apanágio não só de políticos corruptos e arrivistas da sociedade, mas também de reles homicida. O cipoal das tramas do submundo do crime envolve até certos defensores da lei e “paladinos” da justiça.
Não quero piedade. Não estou pedindo comiseração. Como mãe e cidadã, exijo tão somente que se faça justiça. |
Que haja julgamento pelo tribunal dos homens, pois de Deus a sentença já foi proferida. A lei não pode estar ao lado dos espertos, dos acobertados nos subterfúgios do crime.
Das minhas entranhas de mãe viúva, grito por justiça. Durante 8 longos anos estou clamando no deserto. O assassinato de meu filho, diante de testemunhas oculares, em lugar público, não pode continuar no esquecimento, nem cair na armadilha de uma possível prescrição infame.
Em minhas reflexões e orações, volto o meu grito a Deus e, com o salmista das sagradas escrituras, imploro e digo ao Senhor:
“... Vós sois o meu Deus, escutai, Senhor, a voz da minha súplica ... livrai-me do homem mau e do homem violento. Sei que o Senhor defende o fraco e faz justiça aos pobres. Sim, os justos celebrarão vosso nome, e os retos poderão viver em vossa presença. ... Caiam os ímpios, de uma vez, nas próprias malhas... guardai-me das ciladas dos que praticam o mal.
Minha voz lança um grande brado ao Senhor, em alta voz imploro ao Senhor, pondo diante dele a minha inquietação, eu lhe exponho toda minha angústia... Senhor, ouvi meu clamor por vossa fidelidade, escutai minha súplica, atendei-me em nome de vossa justiça...”
Atendei, Senhor, o meu clamor. Não quero que minha voz continue no deserto.
E por vossa justiça e misericórdia, eu serei ouvida.
Livramento de Nossa Senhora, outubro de 2006
Profa. Maria Aparecida Alves Meira (Lili) |