PÁGINA POLÍTICA
(Atualizado em 13.12.06)
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13.12.2006
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13.12.2006
Colégio Boaventura faz VII Semana de Cultura

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06.10.2006
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28.09.2006
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19.09.2006
Falta de bom gosto

19.09.2006
Ser escritora, sonho de uma jovem do sertão

06.09.2006
"Vultos históricos" de Cajaíba se deterioram na Serra do Periperi

24.08.2006
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12.08.2006
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12.08.2006
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27.07.2006
Demora injustificável na coleta de árvores podadas

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12.07.2006
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12.07.2006
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12.07.2006
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25.06.2006
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25.06.2006
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25.06.2006
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Ser escritora, sonho de
uma jovem do sertão

ELIZETE NUNES DE ALMEIDA


Elizete sonha ser escritora
Ela quer ser escritora. Apesar de ter concluído o 2º grau, ainda tem muita deficiência na Língua Portuguesa, mas sabe organizar a trama de um livro, sem nunca ter estudado para isso. Escreve meio no impulso, sem qualquer conhecimento técnico e revela uma força de vontade impressionante. É admirável como uma estudante de um lugarejo tão distante dos centros desenvolvidos pode cultivar dentro de si, com tanta força e convicção, o desejo de ser escritora. Mora numa casa muito humilde, com os pais e nove irmãos,
na localidade de Tamboril, interior do município de Livramento de Nossa Senhora, no coração do semi-árido baiano. A seguir, a entrevista que ela deu ao “O Mandacaru”. (Nota: texto corrigido).

O MandacaruFale um pouco de você, o que faz, sua família e o lugar onde você mora.

Elizete – Eu sempre gostei de livros, mas, na maioria das vezes, não tinha tempo nem de pegar em um, porque tinha que trabalhar na roça. Trabalhava até meio dia e à tarde ia para a escola, de bicicleta ou à cavalo. Só sobrava a noite, mas estava tão cansada que nem vontade de ler dava. Minha família sempre trabalhou na roça. Só eu, que era mais diferente, nunca gostei de trabalhar na roça. Quando eu falei em estudar em Lagoa Nova (povoado próximo a Tamboril), ninguém era a favor. Lembro que meu pai falou que eu teria que trabalhar dobrado (para compensar). O povo do lugar começou a dar opinião, que era para não me deixar ir, dizendo que no colégio não se aprende nada que presta. Eu acho que ainda hoje, aqui, os pais estão mais preocupados com um casamento para suas filha do que com o estudo.

O MandacaruComo surgiu em você o desejo de ser escritora?

Elizete – Eu não sei te explicar. Talvez por não gostar de como as pessoa vêem a vida. Eu nunca gostei muito de televisão, porque ela tem uma falsidade enorme. Hoje as pessoa fazem tudo que a TV quer. Ela incentiva muitas coisas erradas. Como as pessoas têm a mente pobre de leitura, fazem tudo que ela (a TV) quer.

O MandacaruQuais os trabalhos que você já escreveu e quais os temas abordados?

Elizete – “O Cristal do Bosque”, “A Guerreira Triste”; “Carta de Amor” e “Mensagens Para Reflexão”.

O MandacaruQual a mensagem que você quer transmitir para o mundo?

Elizete – Eu quero passar a mensagem de ler um bom livro, principalmente para as crianças. Porque nosso país só terá sucesso com bons leitores. Porque hoje o nosso país vive preocupado com a aparência, não com os nossos direitos humanos.

O MandacaruComo é viver aqui em Tamboril, num lugar tão longe?

Elizete – É um pouco complicado, mas eu posso te garantir que agora ele está desenvolvido. Às vezes, perdemos muitas oportunidades. Mas, mesmo assim, eu acredito no crescimento dele.

O MandacaruO que um escritor poderia fazer para ajudar o mundo e as pessoas?

Elizete - O amor pela leitura e a conscientização. E também depende muito do que o escritor escrever. Ex: nas escolas trabalha-se muito com livro de outra realidade (diferente) do que (é) a nossa realidade. Nos livros de direitos humanos, fala-se muito em direitos, mas, na maioria das vezes, são só planos. Na política, fala-se muito e se faz muito pouco.

O Mandacaru - Qual o maior sonho da sua vida?

Elizete – Ser professora de Sociologia e escrever muitos livros infantis. Conhecer a galeria de Jorge Amado.