Texto do e-mail de Júlio Xavier :

Ilustríssimo Jornalista Raimundo Marinho, Foi com perplexidade e indignação que tomei conhecimento das críticas feitas pelo site O Mandacaru da Serra. O senhor foi, no mínimo, precipitado nas observações que realizou e, conforme for desenvolvendo minha argumentação, espero que concorde comigo. Primeiramente, informo que segue anexado nesse e-mail três importantes textos que o farão refletir sobre a veracidade dos artigos "Não é a ULES 1, 2 e 3". O primeiro deles é o Boletim Informativo escrito por mim, atual presidente da ULEs, que tem como eixo-temático as decisões e acontecimentos da reunião do dia 21 de janeiro. Preste bastante atenção em tudo o que explicitamos no primeiro tema chamado "Afastamento de Políticos" o qual traduz a minha ideologia para com o não envolvimento com a política partidária. Já o segundo anexo são os resultados concretos de nossa ideologia sendo posta em prática. Lá o senhor verá como se deu o nosso relacionamento com um político que desejava se aproximar da União Livramentense de Estudantes. Já o terceiro é relativo as minhas respostas aos artigos que o senhor veiculou no Mandacaru da Serra. Sem mais, gostaria que, ao confrontar o que o senhor escreveu com a minha argumentação, reflita sobre a possibilidade de, ao menos, procurar saber o "outro lado" sempre que for falar do caráter de alguma entidade.

Esclarecimentos do presidente da ULES
(Júlio Rodrigo Xavier Meira)

•  Em relação ao que foi veiculado no artigo "Não é a ULES 1"

A União Livramentense de Estudantes foi fundada na época de 80 por estudantes do curso secundário (ou Ginásio) que hoje corresponde ao Ensino Fundamental. Já em 2005, renasceu nas mãos de estudantes que fazem cursinho pré-vestibular ou já cursam universidade. Dessa forma, o termo "Secundarista" não se adaptava mais a atual realidade. Primeiro porque não existe mais. Segundo porque a ULES (agora União Livramentense de Estudantes) tem a intenção de mobilizar os alunos do Ensino Fundamental, Médio (Leia a respeito do segundo tema relativo a "Criação de Grêmios") e Superior, além de impulsionar, com a força da juventude, os movimentos sociais de nossa cidade.

Todavia, se o senhor não considera a entidade a mesma de 25 anos atrás devido a "mudança" no nome, não irei discutir isso. É a sua opinião. Mas reafirmo que renasce com o mesmo objetivo de livrar a nossa sociedade da exploração, da concentração de renda e terras e da pobreza seja ela de ordem econômica ou de ordem intelectual.

Ainda a respeito da matéria "Não é a ULES 1", o senhor simplesmente agiu de má fé ao proferir que a União Livramentense de Estudantes foi reconstruída "tão somente para reger as residências estudantis, mantidas pela prefeitura". É hilariante porque temas relativos a essas residências são os que tem tido menor espaço durante as nossas reuniões em decorrência de termos priorizado fatos como: Criação de Grêmios, doação do local da sede, cobrança de mensalidades, alternativas para arcar com despesas relativas ao registro jurídico no fórum e criação do blog. É podre porque o senhor, como foi verificado na matéria "Não é a ULES 2", teve acesso ao estatuto da entidade e certamente tomou conhecimento das inúmeras atribuições feitas à entidade que estão presentes no Artigo 2° da alínea "a" a "m".

Talvez, para não suspeitar que o senhor falou em nome de alguém que se sente incomodado com os ideais da União Livramentense de Estudantes e está à procura de maiores informações a respeito de suas resoluções, deva-se acreditar que estava a sua disposição somente a primeira página do estatuto, ainda assim pela metade?

2- Em relação ao que foi veiculado no artigo "Não é a ULES 2"

Mais uma vez o senhor ataca a ULES com intriga e calúnias. Quando lia o que o senhor escrevia no Mandacaru da Serra a respeito das resoluções da Câmara de Vereadores parecia-me um senhor bem informado... E somente uma pessoa atenta a todos os argumentos de todos os vereadores, assim como todas as resoluções teria cacife o suficiente para proferir as críticas que o senhor os faz constantemente no Mandacaru da Serra.

Se prestasse atenção, de fato, nas resoluções da câmara, verificaria que o estatuto da ULES foi aprovado pela camarada duas vezes. . Lei nº 980, de 11 de dezembro de 2003. e Lei nº 1008/05, de 11 de Julho de 2005 quando foi discutida novamente...

O senhor deve explicações a todos os leitores que, por ventura, formaram opinião com o que foi explicitado no site na sua última atualização, assim como a sociedade estudantil que será informada por toda essa balburdia jornalística que o Mandacaru da Serra promoveu.

Pareceu-me uma matéria feita as pressas seguindo os mandos e desmandos de alguém, influente na sociedade, que deseja atacar desvairadamente a União Livramentense de Estudantes, pois não se conforma de ver um movimento que não conseguirá (jamais) articular.

Há a necessidade urgente do senhor "incrementar" o seu site com a possibilidade de discutimos as suas matérias.

3- Em relação ao que foi veiculado no artigo "Não é a ULES 3"

Esse foi o que mais me deixou indignado, principalmente porque sou testemunha de que a ULES se preocupou, desde o início das discussões que envolviam a sua reconstrução, com a desvinculação completa com a política partidária. Jamais esperava esse tipo de acusação, principalmente do senhor, jornalista e que deve ser o defensor da ética e moralidade nela.

Baseado em que acusa a ULES de estar "manietada e cooptada pelo prefeito atual" ? Para fazer uma denúncia desse caráter é imprescindível que se fundamente teoricamente, em vez de se reter a manipular adequadamente as palavras com a finalidade de adormecer o leitor para o processo de contestação do que foi explanado. Ou então, devo supor que o senhor aprendeu jornalismo com o Diogo Mainardi? E olha que conhecendo sua história (que é muito maior do que a minha), que já foi jornalista do jornal "A Tarde", a decência que restou em termos de jornalismo na Bahia, me negava a acreditar em tal.

O fato de a ULES reger, em parceria com o poder público municipal, as casas de estudantes de Salvador e Conquista, ironicamente, resulta na democratização das decisões que as envolvem. Quebra-se a hierarquia de que as decisões da prefeitura são inatingíveis, incontestáveis pois poderemos intervir nela sempre que desagradar os interesses de nós estudantes. Jamais deixaremos ocorrer que usem as vagas nas residências para favorecer correligionários sustentando o clientelismo. Essa "parceria" serve para assegurar a manutenção da qualidade das residências, pressionar o poder público a adquirir móveis, camas e computadores, só para citar alguns exemplos.

Também não é verdade que o prefeito de Livramento sustenta financeiramente a União Livramentense de Estudantes. Todos os gastos da entidade até agora foram tirados do bolso da diretoria, com muito sacrifício.

Ainda, nos relacionamos apenas cordialmente com o Poder Público Municipal e faremos isso independente de quem quer que seja o prefeito. Também jamais nos calaremos quando os mesmos desrespeitarem o que nós estendemos como justo, moral e ético. Temos projetos que desagradarão os setores conservadores de nossa sociedade. Entretanto, ainda é muito cedo para divulgá-los. Todavia, é fato que a ULES, atualmente, não tem estrutura para mobilizar a sociedade e fazer defende-las determinada causa. Nesse sentido, estamos tomando frente e difundindo o processo da criação de grêmios, aliança com movimentos sociais além da criação da sede própria que possibilitará nossa organização.

4- Em relação as (improváveis, espero eu) matérias "Não é a ULES 4, 5, 6...

É interessante que antes, época em que não havia nenhuma entidade desse caráter no município, ninguém nunca criticou a acomodação do povo. Mas agora que se há, faz-se o impossível para degradá-la com críticas absolutamente sem fundamentos... e, deploravelmente, com interesses.

Por último, gostaria de enfatizar que eu respeito a liberdade de imprensa mais do que qualquer pessoa nesse mundo, todavia liberdade de imprensa não se limita à liberdade de os proprietários dos meios de comunicação divulgarem as suas opiniões e torcerem o noticiário para o lado que as reforce. É preciso que os jornalistas tenham respeitada a sua visão das coisas, desde que ela não seja veiculada ditatorial e unilateralmente, excluindo a apresentação de outros pontos de vista.

Dizem que a imprensa pode ser mais poderosa do que uma bomba atômica... e ainda deixar cicatrizes no cérebro.Em função disso, gostaria que fosse veiculada em seu site, com o mesmo destaque nos artigos "Não é a ULES 1, 2 e 3" a verdadeira história do que o senhor acusou a ULES de cometer.

Atenciosamente,

Júlio Rodrigo Xavier Meira, estudante de Direito (Alternativo) da FTC, II semestre e presidente da União Livramentense de Estudantes.

Notas do editor :

•  A nota "Não é a Ules 1", veiculada na Página Política atualizada em 27.01.2006, diz apenas que a Ules refundada é outra entidade e não a antiga, que existiu na década de 1960, fato que o estudante parece ignorar, pois se refere a apenas 25 anos atrás.

•  A nota "Não é a Ules 2", veiculada no mesmo espaço e data, apenas aponta uma inserção no estatuto da entidade que, à luz do Direito, é imprópria e não gera qualquer obrigação para o poder público, salvo se previsto em lei específica. Nesse caso, a lei, se existisse, teria de ser obrigatoriamente mencionada no estatuto. Isso também é fato, não cabendo ao jornalista preocupar-se com os melindres de quem se julga intocável.

•  E a nota "Não é a Ules 3" reproduz frase extraída do pronunciamento feito pelo professor Zeferino Ângelo, em quem os estudantes parecem não ter prestado muito atenção. Sobre a ingerência do atual prefeito, ela é notória. A prefeitura mantém financeiramente as residências e o alcaide onde quer discursa destacando suas realizações na área da educação cita entre elas as duas casas estudantis (Vitória da Conquista e Salvador).

•  O estudante esqueceu de citar os nomes a mando de quem ele insinuou está o jornalista trabalhando, impossibilitando-nos de comentar o assunto, mas registramos que a acusação é grave, apesar de não ter fundamento.

•  Com a publicação dos esclarecimentos da Ules e demais mensagens aqui veiculadas, "O Mandacaru" encerra o assunto, salientando que deixamos de veicular uma das mensagens recebidas por conter termos despropositadamente grosseiros e ofensivos, sem nada esclarecer, e claramente dirigida a pessoa que não é o editor.

Esclarecimentos de Tony Magno Meira

Mensagem de Ângelo Maciel Santos Reis

Nota do editor :

Não sou nem nunca fui companheiro de luta do subscritor da mensagem acima, nem mesmo o conheço.